Mais que impressionante, é espetacular, mesmo, a resistência da CVC em momentos de crise como o que estamos vivendo. Conseguiu, num momento onde tudo despenca, se esvai e esfarela, crescer 12,1% no primeiro semestre de 2015, se comparado a 2014. De aplaudir em pé!

CVC – Carlos Vicente Cerchiari – era um deputado que um dia convidou Guilherme Jesus Paulus para abrir uma agência de turismo. 33% dele, Carlos, 33% de sua mulher, e 33% de Guilherme, que, sem dinheiro, integralizou sua parte com trabalho. Mais adiante, CVC tentou se reeleger, perdeu, caiu em depressão, e disse para Guilherme: “Quando você casou, eu nem dei presente. Vou te dar a CVC de presente”. Na época, uma agência carregada de energia, sonhos e, muito especialmente, dívidas.

Guilherme fez da CVC uma empresa única. Pegou os brasileiros pelas mãos e os levou a viajar pelo pais e pelo mundo. Tornou, finalmente, o turismo acessível a brasileiros das classes C e D, em todos os sentidos. Em 2010, vendeu 75% da empresa para o Carlyle e hoje preside o conselho. No comando executivo da empresa, Luiz Eduardo Falco, um dos melhores profissionais na gestão de empresas.

Falco conta a Márcia de Chiara, no Estadão, o segredo de uma empresa que consegue crescer, não obstante a crise: “Não somos uma ilha das fantasias, estamos na chuva como todo mundo… Apenas entendemos que neste momento o brasileiro trocou o destino dos sonhos pelo sonho que cabe no bolso”. E mais que deu certo.

Principal aprendizado da CVC na crise: o brasileiro busca pechinchas na hora de decidir onde vai passar as férias. Dentre as “pechinchas” mais valorizadas e procuradas, hospedagem gratuita para as crianças, hotéis no sistema “tudo incluído (all inclusive)”, diárias gratuitas, pacotes com passeios incluídos, vantagens na locação de carros, entre outros.

Segundo Falco, a CVC “conseguiu dar um assessoramento melhor no que cabe no bolso do consumidor”. E quem pensava em “ir para Paris reconsiderou e foi para Fortaleza”. O número de dias nos pacotes foi reduzido e prevaleceram os hotéis econômicos. Por outro lado, a CVC se preparou para trabalhar para turistas que deixaram de decidir suas férias três meses antes para garantir uma tarifa melhor e agora decidem na véspera porque aprenderam que muitas vezes os preços, na última hora, caem.

Assim, e não obstante chuvas, trovoadas e alguns raios, a CVC é uma das brilhantes exceções dessa crise de falta d´água, pedaladas fiscais, e muita corrupção. Mesmo praticando um tíquete médio ligeiramente menor, em função da criatividade nos pacotes e de ter conseguido mais e melhores descontos com seus parceiros, no terrível primeiro semestre de 2015 temos ao menos um case de grande sucesso para contar. De uma empresa líder e gigante, e que ainda conseguiu crescer 12,1%! Sensacional!

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