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Entre as terças-feiras à noite e quartas pela manhã, o assunto dominante nas redes sociais, especialmente no Twitter, é o MasterChef, reality de gastronomia exibido na Band. Com até 18 participantes dos mais diferentes estilos e regiões do país – e do mundo – e três juízes ousados, o programa conta com ingredientes que têm rendido muito buzz. Com todo o sucesso, o MasterChef seria um ótimo meio para ações e interações das marcas com potenciais consumidores, admiradores e até mesmo outras empresas. Mas será que realmente vale a pena entrar na onda da atração?

Para responder a essa questão, é preciso considerar alguns pontos. Um deles é que as redes sociais demandam rapidez, mas isso não significa que não se deve pensar antes de tomar decisões. Como qualquer estratégia de marketing, o conteúdo divulgado nesses canais deve estar atrelado à missão, aos valores e à cultura da empresa. É importante ter em mente que não se trata apenas de mencionar um dos jurados, falar sobre o programa ou imitar um dos participantes. Se a ação não estiver alinhada a um planejamento estratégico, a repercussão pode ser tão ruim que é melhor ficar de fora da movimentação.

Outro ponto é que devem existir limites em termos de diálogo entre marcas e usuários e de marcas com outras marcas. O fenômeno da segunda tela durante esta edição do MasterChef reforça uma tendência, o que leva muitas empresas – independente de serem ou não patrocinadoras do programa – a interagirem com o público no decorrer da transmissão. Uma das mídias sociais mais utilizadas para este fim é o Twitter, sendo que, entre as marcas mais ativas, estão Knorr, Qualy, Hellmann’s, Carrefour e Cif.

Todas elas, normalmente, têm apresentado conteúdos interessantes e complementares ao reality. No entanto, algumas já andaram perdendo o ponto da receita e acabaram extrapolando na linguagem típica das redes sociais. Foi o caso do diálogo entre Knorr e Hellmann’s, no início de junho. A primeira, em tom de brincadeira, apelou ao falar de nudez (ainda que fosse de um frango), enquanto a segunda, ao postar um “menas”, em resposta a este mesmo tweet, demonstrou o quanto ainda temos que entender sobre os limites do que é ou não aceitável em social media. E, acredite, o caminho é bastante longo neste sentido.

Os dois casos ressaltam o valor de entender a sua marca, bem como o posicionamento, antes de abraçar uma causa que não condiz com o que acredita ou defende, apenas porque pode gerar buzz. Tal posicionamento, quando adotado, não significa que a empresa não compreende o que acontece ao seu redor ou que simplesmente não é “moderninha”. Na verdade, pode significar que possui discernimento suficiente para saber quem é o seu público de fato, o que quer oferecer e, mais importante, o que ela representa dentro e fora do ambiente digital.  

*Soraia Lima é community manager do Scup by Sprinklr, empresa de monitoramento, análise e gestão de redes sociais