Alê Oliveira

O que era para ser uma linda festa de aniversário redondo (50 anos) de uma conhecida senhora (Donata Meirelles), casada com um igualmente conhecido empresário da propaganda brasileira, que já atingiu renome internacional (Nizan Guanaes), acabou se transformando em alvo de pesadas críticas por parte dos chamados movimentos sociais, que costumam se arvorar em donos da verdade da história e dos destinos da pátria.

Carimbaram como racistas elementos de decoração e da ambientação da festa que Nizan Guanaes, publicitário e empresário que muito fez pela Bahia, sua terra natal, oferecia a sua mulher, Donata Meirelles, até então diretora de estilo da Vogue Brasil e um ser humano extremamente equilibrado e bem-educado.

Segundo informações contidas nas redes sociais, os adereços do ambiente da festa depunham contra a história baiana, chegando a contradizê-la e humilhá-la, lembrando a escravidão.

Em texto igualmente nas redes sociais, Donata Meirelles esclareceu não se tratar de uma festa temática, lembrando que por ocorrer  em uma noite de sexta-feira, em pleno verão, a maioria das pessoas presentes (convidados e o pessoal do receptivo) estava com roupas brancas.

Donata Meirelles fez questão de esclarecer que a cadeira onde havia tomado assento não era de Sinhá – como acusaram –, mas do candomblé, sendo que as roupas igualmente não eram de mucama, mas os tradicionais trajes das famosas quituteiras baianas que trabalham nesse tipo de comemoração.

 Louve-se o fato de que, sem ter errado ou aceito uma festa “errada” (que, diga-se, foi oferecida por seu marido Nizan Guanaes, baiano de quatro costados e um dos maiores divulgadores da “boa terra” em outras partes do Brasil e do mundo), Donata Meirelles desculpou-se pelo ocorrido (sem ter, na verdade, culpa alguma, até por não ter havido o que se culpar) e, dado o envolvimento no noticiário da web da Vogue Brasil, optou por pedir demissão da empresa, livrando-a assim de novas críticas que acabariam sendo dirigidas à Vogue.

Este é mais um episódio a se lamentar em nosso país, que tem recrudescido nos últimos tempos, resultado da emulação política mais recente da luta de classes, lembrada e atiçada por falsos defensores da grande maioria que vive na pobreza em nosso país.

O balanço desse episódio será rapidamente esquecido, a não ser por vítimas como Donata Meirelles e Nizan Guanaes, este um dos maiores defensores das coisas e causas baianas que a Bahia já produziu e aquela por sempre apoiá-lo nessa missão que não será interrompida por Guanaes, por mais que queiram os que não amam verdadeiramente a Bahia.

 

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Este Editorial é em homenagem a Ricardo Boechat, um dos grandes expoentes do jornalismo eletrônico brasileiro, morto na última semana vítima de uma queda de helicóptero. 

Boechat deixa imensas saudades, além de mulher e seis filhos e um incontável número de ouvintes e telespectadores que sentirão sua falta para sempre.

Se é verdade que a semente justifica o fruto, quem viu e ouviu sua mãe de 86 anos em um vídeo na web, logo entende a inteligência, o caráter, a preocupação com o próximo e toda a categoria de Ricardo Boechat, cujo trabalho sempre honrou o jornalismo brasileiro.

Receba os abraços dos jornalistas e admiradores do PROPMARK, querido amigo. Se do outro lado do mistério isso for permitido, vele por nós.

 

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Nesta terça (19), com um coquetel a convidados especiais, no lounge da Pernod Ricard Brasil, a ABA comemora 60 anos de atividades ininterruptas dedicadas à defesa do mercado. Registra-se aqui que a entidade não apenas é um bastião dos anunciantes, como também dos demais segmentos do mercado.

Segundo Sandra Martinelli, sua presidente-executiva, o equilíbrio de todo o setor perpassado pela publicidade beneficiará seus players e com maior razão o próprio público.

 

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Simpatizantes do Palmeiras felizes com a foto da primeira página do Estadão da última sexta (15), estampando o presidente Bolsonaro, em meio a uma reunião, vestindo a camiseta do Palmeiras.

Segundo fonte próxima a ele, quer ser a antítese de Lula da Silva, inclusive no futebol…

 

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Disco de palmas, como diria o saudoso colunista-publicitário Elóy Simões, para o trabalho da Jovem Pan AM e FM, produzindo uma rádio da melhor qualidade.

Entre muitos destaques, escolhemos o Jornal da Manhã como símbolo de uma emissora mais que perfeita.

 

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Palmas também para a reação do mercado livreiro, que reage e começa a sair da crise aderindo ao digital, antes tido como algoz. Lembra nossa  repórter Claudia Penteado, um antigo e quase sempre eficaz provérbio que reza ser melhor aliar-se a um inimigo do que tentar combatê-lo. A reação livreira é matéria de capa desta edição.

 

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De 1 a 10, nota 11 para o comercial da Renault em veiculação na TV, criado pela DPZ&T e aprovado pelo diretor de marketing da montadora, Federico Goyret (ver matéria nesta edição). Sob o título La Pagadora, o comercial está fazendo merecido sucesso junto ao público.

 

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No 6º Fórum Mundial de Comunicação Social, que será realizado em Porto Alegre de 22 a 24 de março, Hugo Rodrigues, CEO da WMcCann, receberá homenagem especial dos responsáveis pelo evento.

 

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Livros recebidos: A Criação do Brasil 1600 – 1700, de Thales Guaracy, editado pela Planeta e enviado por Marcello D’Angelo. E Os 10 Pecados Mortais do Marketing – Sintomas & Soluções, do mestre Philip Kotler, revisado e atualizado, editado pela Sextante.

Armando Ferrentini é presidente da Editora Referência, que publica o PROPMARK e as revistas Marketing e Propaganda (aferrentini@editorareferencia.com.br).