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Uma pesquisa recém-publicada pela Kantar Ibope Media mostra que 11% dos filmes veiculados em 2015 pelos patrocinadores oficiais dos Jogos Olímpicos Rio 2016 fizeram uso de hashtag, ampliando assim a conversa com o consumidor. Outro estudo, este desenvolvido pelo Google, revelou que o interesse por essas Olimpíadas já é recorde, considerando os mecanismos de busca da empresa, que revelaram aumento na procura pelo tema. O levantamento mostra ainda que 43% daqueles que não assistiram às Olimpíadas em 2012 afirmam que querem assistir ou ficar por dentro do assunto em 2016.

Associando os dois pontos, o que parecia óbvio é confirmado: essa será a Olimpíada do digital e da tecnologia. Por parte do público, dados do Google mostram que o principal meio para consumo de informações será o mobile. Por parte da mídia, a corrida para atender a essa demanda cada vez mais engajada e social, já é uma realidade.

No Grupo Globo, que ao lado da NBC são os únicos media sponsors da competição, a estratégia para a cobertura é ampla e culminou no projeto Somos Todos Olímpicos, que leva o tema Olimpíada para toda a programação da emissora.

“Por sermos um grupo de mídia com multicanalidade, fomos convidados pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) para sermos media sponsor dos Jogos Olímpicos. A gente tem liderança em todos esses canais. Uma coisa é pagar pelo direito de transmissão. Outra coisa é você ser media sponsor. Nós temos os dois”, destaca Sergio Valente, diretor de comunicação da Globo.

Segundo o executivo, o plano é sustentado por quatro pilares: infraestrutura, tecnologia, Time de Ouro e social room.

O primeiro, a infraestrutura, destaca a montagem de um estúdio no Parque Olímpico. O segundo pilar, a tecnologia, tem como um dos destaques a qualidade na transmissão das competições, que inclui a primeira transmissão em 8K ao vivo no Brasil, e conecta-se ao terceiro pilar, o Time de Ouro, que reúne 12 ex-atletas como comentaristas da emissora – todos estão em treinamento há dois anos. Por fim, o quarto pilar do projeto é a montagem de um social room na Globo, justamente para ampliar a conversa com o espectador.

“Nós montamos um social room na Globo, onde a gente monitora, com análise estatística e algoritmo, tudo que está rolando nas redes sociais e a gente cruza tudo o que está ocorrendo com os canais de conversa. Estamos nos preparando para isso há um ano e meio. Então, todas essas sofisticações de transmissão e de conexão têm um único objetivo: ampliar a relevância do tema Olimpíada para a audiência e para os anunciantes”, acrescenta o executivo.

Com isso, a Globo trará um total de dez horas diárias de conteúdo olímpico, além de um segundo canal exclusivo e complementar na plataforma do Globo Play, aberto e gratuito aos usuários em todo o Brasil, o Play nos Jogos.

No quesito conversa entre meios, o Twitter é a rede social que mais aposta na tendência, com expectativa de uso da hashtag #Rio2016 para conectar marcas, anunciantes, torcedores, turistas e atletas ao evento. Segundo a rede social, no Brasil 80% dos usuários da plataforma se interessam por esportes e um terço deste grupo é obcecado pelo tema.

Um exemplo disso foi a Olimpíada de Londres, quando 150 milhões de tweets foram compartilhados no mundo inteiro. Na Copa do Mundo de 2014, esse número saltou para 672 milhões de tweets. Para o Rio 2016, a expectativa é quebrar esse recorde.

“Durante a Rio 2016, vamos conectar ao evento torcedores, atletas, enfim, todo o público. Qualquer evento da Olimpíada vai gerar conversa entre as pessoas que estão acompanhando aquele conteúdo na TV e as marcas podem se aproveitar disso. O Twitter, por ser público e em tempo real, é a melhor plataforma para falar sobre o que ocorre na TV ao vivo”, afirma Guilherme Ribenboim, vice-presidente do Twitter para a América Latina.

Vídeo online

Tanto Google quanto Facebook, incluindo na conta os produtos das empresas YouTube e Instagram, respectivamente, acreditam que o vídeo online será a grande estrela desses Jogos Olímpicos e já percebem movimento dos anunciantes nesse caminho. “Vimos aumento de audiência em canais relacionados a esporte no Google e YouTube. O YouTube hoje é a segunda plataforma de busca global, as pessoas procuram muito lá e isso é ainda maior em relação ao esporte, já que as pessoas querem ver as imagens. O YouTube tem tudo para ser a grande estrela dessas Olimpíadas”, afirma José Melchert, gerente de negócios do Google Brasil. “Outro ponto de destaque é o celular. Percebemos que a busca mobile já é maior em algumas categorias”, complementa.

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O executivo lembra que foi criado um time interno no Google focado em Olimpíadas, tanto para desenvolver soluções para ajudar o público que estará no Rio de Janeiro a acessar informações quanto para auxiliar os anunciantes que buscam plataformas da empresa.

No Facebook também foi criado um projeto para as Olimpíadas, o FB Sports, desenvolvido para preparar as marcas para o momento numa visão de longo prazo.

“As marcas já sabem que é essencial participarem dessa conversa no Facebook e no Instagram, plataformas favoritas no Brasil com 105 milhões e 35 milhões de pessoas, respectivamente. A Skol, por exemplo, lançou recentemente a campanha chamada How to Torcer, com uma série de vídeos que misturam danças e movimentos que lembram esportes dos Jogos de Verão, como natação e tiro ao alvo. A campanha é mobile first e com foco em vídeos, duas apostas do Facebook”, comenta Maria Luísa Askar Lopes, diretora de negócios do Facebook para o Brasil.

Segundo a executiva, atualmente mais de 100 milhões de horas de vídeo são assistidas todos os dias no Facebook, que já conta com um recurso de transmissão real time, o Facebook Live. “O vídeo é hoje a linguagem favorita das pessoas na plataforma, e o Facebook Live está se tornando cada vez mais popular. Nós acreditamos que, quando você oferece para qualquer pessoa no mundo o poder de transmitir ao vivo, coisas incríveis podem ocorrer. Temos visto diversos atletas compartilhando momentos únicos pelo Live, mostrando os bastidores de treinos e da alimentação, além de interagir com os fãs ao vivo para contar as novidades e responder perguntas”, ressalta Maria Luísa.

Como resultado desse imediatismo, a executiva afirma que as pessoas comentam dez vezes mais em vídeos ao vivo do que em vídeos tradicionais.

“Por isso, acreditamos que o Facebook Live vai ter um papel importante no modo como as pessoas vão vivenciar esses jogos”, aposta a executiva.