Alê Oliveira

A riqueza das diferenças foi o fio condutor do painel “Revolução pós-gênero: novas identidades e espaço para diferenças”, mediado pela CCO da FCB Brasil, Joanna Monteiro, O palco da sala Globosat, no Festival do Clube de Criação, neste domingo (17), teve ainda a presença da diretora da GNT Daniela Mignani; a redatora da Lew’LaraTBWA Deborah Vasques; a atriz Denise Fraga; e a cineasta Laís Bodanzky. As cinco mulheres falaram sobre suas experiências e sobre como ainda há um longo caminho a ser percorrida até que se alcance a igualdade de gêneros.

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Joanna contou que, antes do painel, conversou com as palestrantes para saber como conduzir a conversa. Entre os temas levantados pelas convidadas, estava as características femininas. “Nós, mulheres, somos mais sofisticadas. Para o bem e para o mal. O tipo de relacionamento com uma chefe mulher é muito diferente e isso tem coisas boas e tem coisas ruins”, falou.

Diretora do canal que é parceiro de mídia da iniciativa HeforShe, da ONU, Daniela contou que, quando estreou no Brasil, a campanha precisou passar por adaptações. “O Brasil é muito grande. São Paulo tem 45 milhões de habitantes, o Rio, 16 milhões. É impossível elaborar qualquer mensagem que seja entendida por todos. Sem falar na falta de educação, de informação, nas realidades diferentes…”, disse.

Denise chamou a atenção ao fato de que a diferença pode ser mais produtiva do que ter apenas pontos em comum. “O ódio não é produtivo. Eu defendo a resistência móvel. Se você recebe uma pancada e segura, você se machuca muito mais. Eu sempre quero o ponto em comum com o outro, mas a gente briga pelas diferenças. União matematicamente é complementariedade. As pessoas duvidam do poder de sentar em uma mesa e discutir a diferença para saber o quanto isso nos potencializa juntos”, afirmou a atriz.

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Após a exibição do trailer do novo filme de Laís, “Como Nossos Pais”, a diretora contou que escolheu contar a história de uma personagem em uma família de classe média, esclarecida, mas que, nem por isso, deixa de praticar a opressão de gênero. “A opressão é invisível. Não tem nome. Acontece de uma mulher para outra mulher e de você para você mesma, mulher”, afirmou.

Deborah, que participou do prograa See It Be It, também defendeu a diversidade. “Eu sou do bonde de tocar o terror. Esse programa surgiu porque as mulheres têm 85% de poder de comprar e são apenas 3% das CCO e 25% da criação”, disse.