A jornalista de economia da Rede Globo Miriam Leitão foi a principal palestrante desta manhã do 7 Congresso Brasileiro de Pesquisa de Mercado, Opinião e Mídia da Abep (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa), que acontece entre hoje e amanhã, em São Paulo. Miriam acredita que a crise econômica e política que o país vive atualmente poderá contribuir para um futuro melhor. 

Alê Oliveira

“Nós vamos sair melhores desta crise”, afirmou a jornalista. Para ela, que lançou o livro “História do Futuro – O horizonte do Brasil no Século 21”, a Operação Lava Jato, por exemplo, contribui bastante para a melhoria da população, direta e indiretamente. 

“A Lava Jato mostra que todos nós somos iguais perante às leis”, disse. “Além disso, ela também vai fazer com que as pessoas passem a se questionar coisas que antes não eram questionadas, como uma infração de trânsito”, completa. 

A política também foi assunto de sua palestra. Ela mostrou dados de uma pesquisa de popularidade do atual governo feito pela CNI-Ibope, na qual revela que 69% dos brasileiros desaprovam a administração da presidente Dilma Rousseff (PT). “A rápida alta da inflação contribuiu bastante para a queda da popularidade de Dilma”, explicou. 

Paralelamente, Miriam mostrou que níveis de popularidade de outros presidentes, que sempre tiveram relação com a economia. 

A política também foi um dos temas da palestra do professor de história da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Leandro Karnal. Ele começou falando sobre a democracia. “A democracia é um mérito nosso”, disse. “Quando vejo um jovem defendendo a ditadura eu me senti um professor de história fracassado”, afirmou. 

Mas não só de política Karnal falou. Com uma linguagem leve, o professor falou sobre a evolução da tecnologia. Ele defende a ideia de que as pessoas perderam a sua intimidade. “Hoje eu posto onde estou almoçando e depois forneço meu CPF na hora da compra”, diz. “Provavelmente a nossa atual presidente tem mais informações sobre nós do que alguns presidentes da ditadura militar”, completou.

 Abertura

Alê Oliveira

Mais cedo, o presidente da Abep, Duilio Novaes, fez um discurso de boas-vindas. Para ele, o congresso é um bom motivo para comemorar. “Os pesquisadores são o pulso do mercado e nunca houve uma troca de conhecimento como a que estamos vivenciando agora”, disse. 

De acordo com Novaes, o mercado evoluiu bastante nos últimos anos. “Estamos mais fortes e a prova disso é o claro interesse de algumas empresas internacionais no mercado brasileiro”, afirmou. 

Além de Duilio Novaes, Zilda Knoploch, chairwoman do 7 Congresso da Abep, também discursou. A diretora da Enfoque Pesquisas traçou um paralelo entre o mundo atual e o de 15 anos atrás. E, claro, a tecnologia voltou a ser protagonista das mudanças. 

“A tecnologia abriu novas frentes para o nosso mercado”, destacou. A democratização da internet, de acordo com a executiva, auxiliou bastante na evolução do mercado. “A coleta de dados via mobile é a menina dos olhos do mercado”, disse.