A semana foi generosa com Nizan Guanaes: convidado pelo presidente Temer, integrou-se ao Conselhão (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social), ligado à Casa Civil da Presidência da República, e já na primeira reunião do órgão de assessoria pediu a palavra e conclamou o presidente Michel Temer a aproveitar o seu momento de impopularidade e tomar as medidas enérgicas, geralmente impopulares, que o momento requer.

Guanaes usou de uma imagem que depois foi muito replicada nas mídias sociais, sobre o fato de a popularidade ser uma jaula que aprisiona os governantes.

Recomendou então a Temer que abrisse a portinhola da jaula e soltasse o necessário lado impopular de todo presidente da República, sempre necessário quando se vive uma grave crise econômica com troca de governo no meio.

Nessa mesma semana, a Scopen (ex-Grupo Consultores), empresa de origem espanhola especialista em pesquisa de mercado, lançou a sua versão 2016 da pesquisa Agêncy Scope, tendo sido ouvidos nesse projeto 405 anunciantes que responderam a diversas perguntas sobre agências e publicitários.

Nizan Guanaes, fundador do Grupo ABC, que reúne as agências Africa, DM9, NewStyle, LDC, Tudo e Sunset, atingiu o primeiro lugar no quesito publicitário mais admirado. O resultado provocou comentários em off ao editorialista, com a maioria dos seus concorrentes elogiando a escolha e uma minoria criticando, como era de se esperar. Já faz tempo que Guanaes incomoda seus concorrentes, esforçando-se por se destacar dentro e fora da caixa. Temos para nós que ele criou um personagem, também chamado Nizan Guanaes, que faz o possível e o impossível para mostrar as qualidades do verdadeiro Nizan Guanaes, que de fato extrapola quando o assunto é comunicação.

Ele não se restringe apenas ao seu trabalho, dentro dos limites que lhes são impostos pelos clientes das agências do Grupo ABC. Ele tem muito presente na sua cabeça privilegiada que os responsáveis pelo marketing dos seus clientes-anunciantes atuais e futuros apreciam sua personalidade, sua capacidade de abrir portas em busca de soluções para todo tipo de problema que rodeia as empresas-clientes.

Acompanhamos a carreira vencedora de Guanaes, desde os seus tempos de redator na Bahia, já um profissional brilhante no seu ofício, mas que tinha muito o que aprender para acalmar suas inquietudes.

Ele não se furtou a isso, reconhecendo que a tarefa do próprio desenvolvimento passava pelo Rio e culminaria em São Paulo, “um verdadeiro país”, como ele costuma dizer.

Ainda escreveremos muito sobre ele neste espaço, pois sua carreira ainda tem um longo caminho a percorrer. Nem mesmo ele sabe exatamente qual. Pode ser o político, mas Roberto Justus, no mesmo dia da primeira reunião do Conselhão, adiantou-se a Nizan Guanaes e comentou, com parte da imprensa presente, que, se puder, tentará ser candidato à Presidência da República em 2018.

Isso não anula uma eventual abertura no mesmo caminho para Guanaes. Afinal, o efeito João Doria Júnior ainda está muito presente não só no povo de São Paulo, como também em quase toda a população brasileira.

A verdade é que o país precisa reformar a sua atual classe política, formada após a queda do regime militar e adquirente de vícios que contaminaram grande parte dos seus integrantes.

Se a hora chegou para João Doria Júnior, com uma surpreendente vitória no primeiro turno, que nem ele mesmo esperava, como chegou a nos confessar no dia seguinte à apuração, pode não significar um ato isolado de vontade do eleitor. Ao contrário, pode indicar a saturação de todos diante de políticos extremamente profissionais, com os melhores e piores sentidos que a palavra possa expressar.

A porta pode então se abrir, se é que já não está aberta, não apenas para empresários famosos e bem-sucedidos da comunicação comercial (não confundir com a comunicação do entretenimento), como também para outros talentos dos demais segmentos do mundo empresarial e, por que não, também dos setores de trabalhos individuais de destaque.

A hora pode estar acenando também para os liberais, aqueles que demonstram distância dos corredores e conchavos políticos tradicionais, que o povo brasileiro já não mais suporta.

 

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A nova ABA (Associação Brasileira de Anunciantes), presidida por Juliana Nunes, vice-presidente de Assuntos Corporativos, Sustentabilidade, RH e Compliance da Brasil Kirin, e tendo como realizadora principal a também presidente-executiva da entidade, Sandra Martinelli, encontra-se em uma das melhores fases da sua vida comunitária.

A entidade não para de realizar bons eventos, como foi o recente ABA Summit/SP, realizado em famoso hotel desta capital (ver cobertura nesta edição). E nem bem finalizou (com sucesso) o evento, já anuncia outro nesta terça (29), no auditório do prédio Joaquim Távora da ESPM, abordando o ROI no novo contexto da mídia.

Sandra Martinelli abrirá o seminário, apresentando Flavio Ferrari, diretor-geral de Media Measurement da GfK Brasil, parceira da ABA nesse evento. Ferrari abordará o sempre atual tema do retorno nos investimentos em comunicação. A mesa contará ainda com Marcelo Coutinho (FGV), Marco Antonio Nunes (Coca-Cola), Bárbara Toscano (LG) e Marco Frade, do comitê de mídia da ABA. A moderação caberá a Fernanda Muradas, da GfK Brasil.

 

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A regional de Brasília do Prêmio Colunistas, comandada por Fernando Vasconcelos, realizará a cerimônia de entrega dos prêmios aos vencedores deste ano, no próximo dia 9, nos salões do Iate Clube local. O apoio de mídia dessa regional é do Correio Braziliense e as adesões à cerimônia poderão ser feitas através dos telefones (61) 3964-1041 e 3964-0963.

Armando Ferrentini é presidente da Editora Referência, que publica o PROPMARK e as revistas Marketing e Propaganda