Não será a primeira vez que trago esse tema para este espaço. Mas tem um porquê. Há algo de novo no ar. Novo e positivo. E, comprovadamente, o otimismo e uma consequente perspectiva positiva são realmente capazes de mudar a vida de pessoas e até de curar doenças.

E o que me faz trazer de volta esse tema é o momento paradoxal que estamos vivendo no Brasil. Por um lado, perdemos as esperanças na depuração rápida da classe política e no sucesso do combate definitivo à corrupção.

Por outro, vemos ressurgir uma onda positiva quanto aos índices macroeconômicos e a volta – ainda que tímida – do crescimento do país.

As notícias do dia a dia acabam divididas em dois campos antagônicos: a desolação perante as condenáveis manobras políticas de um lado e o fenômeno fênix da economia do outro.

Parecia impossível essa convivência, mas a sensação que temos é que os empresários, os agentes econômicos e a população, como um todo, decidiram vestir tapa-olhos laterais, encobrindo as mazelas políticas, preferindo olhar mais à frente, onde se pode vislumbrar um futuro melhor.

Inflação sob controle, juros comportados, comércio reagindo, desemprego diminuindo. Tudo isso tendo como pano de fundo um Congresso em ebulição na toada do salve-se quem puder. Para alguns pode parecer um processo de alienação. Pode até ser… Mas a consequência é um saudável descolamento da economia em relação à política.

Que venha então o otimismo. Não o otimismo dos tolos, que não conseguem interpretar a realidade da situação, mas aquele dos que enxergam mais adiante. Repare o que os gringos estão dizendo para justificar o investimento no Brasil.

Não dá para subestimar o potencial de um país com mais de 200 milhões de habitantes, de terra boa, de beleza ímpar, povo pacífico e sem cataclismos. Que venha o otimismo com os pés no chão.
O mesmo que é demonstrado na pesquisa Van Pro (Visão de Ambiente de Negócios) da Fenapro, cujos resultados estão apresentados nesta edição do PROPMARK.

Pela primeira vez neste ano, a pesquisa, na sua onda do terceiro trimestre, mostra todas regiões do Brasil prevendo um quarto trimestre mais positivo e com índices acima de 60% quanto à confiança de um fechamento de ano melhor do que o período anterior.

A pesquisa retrata o mercado da propaganda, sob a ótica de donos e diretores de agências de todo o Brasil. Ninguém está soltando fogos, até porque são todos sobreviventes de uma longa estiagem, de mais de dois anos de vacas magras. Por mais que estejamos todos calejados por sucessivas crises econômicas, esta última foi das mais perversas, deixando um rastro de destruição sem paralelo na história.

Uma crise de modelo de atuação catalisou o efeito nocivo da depressão econômica entre as agências de propaganda. Por isso, quando se percebe o tímido dissipar de nuvens negras no horizonte, precisamos levantar a cabeça e se preparar para um momento melhor ou, pelo menos, mais promissor. Não que tivéssemos percebido esmorecimento. Longe disso.

Ao longo dessa duradoura tempestade, vimos navegantes combativos e criativos, descobrindo novas formas de superar desafios. Os que sobreviveram certamente estão mais fortes e mais preparados para o que vem pela frente.

Por isso celebro a onda de otimismo. Que seja um tsunami, capaz de provocar um círculo virtuoso, de bonança. Que seja contagioso, permeando todo o ecossistema do nosso setor.

Começando pelos clientes, planejando 2018 com mais recursos; passando pelas agências, propondo ideias mais ousadas e desaguando em todos os meios e ferramentas. Que saibamos todos aproveitar esse poder do otimismo. Com responsabilidade, mas com ousadia; com precaução, mas sem medo; e principalmente com a certeza de que, se todos estiverem no mesmo diapasão, os resultados virão.

Que o poder do otimismo esteja com você!

Alexis Thuller Pagliarini é superintendente da Fenapro (Federação Nacional de Agências de Propaganda) (alexis@fenapro.org.br)