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De chaveiro a toalha de mesa, passando por caneca, cortina de banheiro e tapete de boas-vindas. A infinidade de suvenires que têm o logo do sistema de transportes de Londres, por exemplo, revela um nicho em potencial para cidades interessadas em tornar seu patrimônio em marca.

Seguindo trabalho semelhante na área de licenciamentos e patrocínios, São Paulo poderá implementar em breve seu projeto nesse sentido. Essa é a proposta da Secretaria Municipal de Cultura, que utilizará símbolos culturais e urbanísticos da capital paulista como marca, a fim de atrair investimentos e, consequentemente, promover a cidade.

“O Theatro Municipal é uma marca em São Paulo, assim como o Monumento às Bandeiras, a Biblioteca Mario de Andrade e diversos outros prédios públicos. Esses equipamentos culturais podem contribuir para a promoção da cidade e até mesmo para a geração de renda”, diz André Sturm, secretário da pasta.

O cineasta e ex-diretor do MIS-SP (Museu da Imagem e do Som de São Paulo) esteve à frente de projetos, como a reabertura do Cine Belas Artes, negociando o patrocínio da Caixa Econômica Federal, em julho de 2014, e há pouco mais de dois meses gerencia a pasta da Cultura na gestão de João Doria.

Ao PROPMARK, Sturm ressaltou que sua área desperta simpatia das empresas, cabendo ao poder público criar condições legais para os investimentos, seja via recursos da área de marketing das empresas, pela Lei Rouanet ou outras leis de incentivo fiscal.

Letícia Godoy/MIS/Divulgação

“Existe, sim, a vontade de conseguir patrocínios, temos falado com várias empresas. Temos 12 teatros de bairro, 52 bibliotecas, e outros locais incríveis, mas que têm dificuldades orçamentárias. Eles podem receber patrocínio e, portanto, mais receita e possibilidades”, fala.

Segundo o secretário, o investimento privado contribuirá para a democratização do acesso à cultura. “A Prefeitura tem um patrimônio maravilhoso e com certeza interessa, o que falta é fazer essa conexão, deixar claro para as empresas o interesse da Prefeitura de receber patrocínios. Em gestões anteriores, isso não era muito claro, nem estimulado, e aqui não é uma crítica, cada um tem uma postura, mas, na nossa gestão, a gente quer, sim, estar próximo da iniciativa privada”.

Ainda em relação às maneiras de promoção da cidade, Sturm falou sobre os planos de investimento na indústria audiovisual, privilegiando produções realizadas na cidade. “A gente só vai entrar (com investimentos) em produções que sejam filmadas em São Paulo. Não faz sentido uma gestão municipal colocar recursos em produções de outras cidades. Não que tudo tenha de ser filmado aqui, mas é importante que a cidade esteja no filme. É fundamental promover São Paulo no cinema e é assim que diversas metrópoles do mundo conseguiram destaque”, completa o secretário.