Alê Oliveira

O que o Brasil mais precisa agora está contido no título deste Editorial. Cabem, sem dúvida, outras palavras, todas voltadas para o bem do país e suas pessoas.

A violenta agressão ao candidato Bolsonaro, que o faz correr risco de morte até hoje, além de provocar a repulsa da maioria do povo brasileiro, pode servir de alerta para o surgimento de outras notícias ruins, se não contermos os ímpetos dos mais exaltados, que transformaram o ato cívico de uma campanha eleitoral em oportunidade para o que de pior tem o ser humano, que se traduz no extravasar do seu ódio contra adversários em pensamento político, levando a extremos como o que vimos nesse episódio.

Há uma exacerbação exagerada nestas vésperas de um novo pleito para eleições majoritárias. Debite-se o fato em grande parte aos próprios governantes e pretendentes políticos aos seus cargos, dentre os quais optou-se por campanhas pré-eleitoreiras agressivas que, conjugadas com um cenário nacional nada propício à busca de um grande entendimento nacional, têm sido a mola propulsora de uma desavença de ideias que descambam para o desrespeito ao adversário, transformado não raro em inimigo.

Não se vislumbram, como em ocasiões passadas, lideranças capazes de serenar os ânimos, evitando cenas lamentáveis como a que vitimou o candidato Bolsonaro.

Há um temor geral de que a aceitação do resultado das urnas não seja pacata, acelerando o clima de ódio que tem reinado até aqui.

Grande parte dessa culpa cabe àqueles que adotaram as mentiras e as promessas vãs em suas campanhas, causando revolta em uma população que, por tudo o que já passou e prossegue passando, não aceita mais de forma pacata a embromação do discurso de candidatos que teimam em não acompanhar a evolução do povo brasileiro diante do quadro político eleitoral que de dois em dois anos o leva às urnas.

Na média, há um claro desnível entre os que querem se eleger e os eleitores. Enquanto estes souberam se aprimorar nas escolhas, em relação a tempos passados, aqueles, em sua grande maioria, têm se comportado como desde sempre, procurando tirar proveito de um processo eleitoral que não favorece o virtuoso e enaltece o esperto.

Ninguém sabe como vai terminar este período eleitoral que deveria ser de festa e esperança, mas que, ao contrário, tem disseminado o ódio entre as classes sociais e aumentado a pressão entre os divergentes.

Há, no entanto, que se pensar no futuro imediato do país, vivendo uma crise econômica terrível desde há muito e sem que se enxergue boas perspectivas de melhora a curto e médio prazos, quaisquer que sejam os vencedores do pleito.

Essa constatação é o que de pior pode haver no decorrer de uma campanha eleitoral, na qual mais se tenta do que bem se espera um final razoavelmente feliz.

Por isso, cabe-nos insistir para um depor de armas, não somente as bélicas, mas também e principalmente aquelas que costumam transformar o cidadão, por força das suas pouco esclarecidas preferências políticas, em um inimigo diante do opositor a suas ideias e preferências nesse campo minado em que se transformou a prática política em nosso país.

Se o futuro próximo ainda não nos pertence, que ele chegue carregado de sabedoria, para que a ameaça de caos não passe disso.

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Um bom programa para acalmar as tensões pré-eleitorais em São Paulo é uma visita ao Farol Santander, na Rua João Brícola, onde entre outras atrações está uma exposição nota 10 sobre a vida do inesquecível Adoniran Barbosa, talentoso artista dos sete instrumentos, como antigamente se dizia.

A exposição é encantadora e extremamente comovente, lembrando um país que deixou para trás a ideia de que se pode, sim, ser feliz e por muito mais tempo do que se imagina.

 

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A agência 4/12 (quatro de dezembro, Dia Mundial da Propaganda), de Roberto Genistretti e sócios, cuja maior conta é da marca Piracanjuba, promete um crescimento bem acima do previsto, para os próximos meses, com outras conquistas a serem brevemente anunciadas pelo PROPMARK.

 

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Mario D’Andrea, na condição de presidente da Abap, já desenha o cronograma de atividades em comemoração aos 70 anos da entidade, a transcorrer em julho do próximo ano.

A esperança de D’Andrea e de todos os brasileiros reside em uma difícil, mas possível, pacificação da maioria da nossa população, qualquer que venha a ser o resultado das urnas no próximo mês.

Mario D’Andrea, um profissional que venceu subindo aos poucos, mas de forma segura, os degraus da carreira que abraçou, sabe, na condição de presidente de uma importante agência (Dentsu Brasil), que uma Abap revitalizada devolve ao segmento a importância que não foi perdida, mas ficou menor em relação a poucas décadas atrás, quando seus empresários tinham voz não apenas no mercado publicitário, mas também e principalmente junto aos diversos escalões oficiais, que já sabiam avaliar a importância da comunicação.

 

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Imperdível nossa matéria de capa desta edição, de autoria do editor do online do PROPMARK, Renato Rogenski, abordando a periferia brasileira entrando no radar do produto final publicitário, além das próprias agências por ele responsáveis.

O autor cita várias agências que já desenvolvem programas de periferia, como NBS, Wieden+Kennedy, Mutato e outras.

Algo impensável há pouquíssimos anos.

 

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Mulheres: 1) Maria Helena Trajano (Magazine Luiza), em entrevista nesta edição: “Ser eleita a Marketing Citizen 2017/18 só aumentou a minha responsabilidade”. 2) Sandra Martinelli, presidente-executiva da ABA: “Agradeço ao mercado e principalmente aos anunciantes, a Abramark e a Editora Referência terem me escolhido Marketing Citizen 2018/19. Farei o possível e o impossível para corresponder à escolha”. 3) Anônima: “Incrível constatar o que nunca sonhei: o Brasil deixando de ser, embora aos poucos, tão machista como sempre foi”.

 

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Este Editorial é em homenagem à ministra Cármen Lúcia, que cumpriu o seu período de presidente do STF na última quinta-feira (13), já deixando saudades.

Armando Ferrentini é presidente da Editora Referência, que publica o PROPMARK e as revistas Marketing e Propaganda (aferrentini@editorareferencia.com.br).