Alê Oliveira

Finalmente, deparamo-nos nos últimos dias com a primeira grande incursão publicitária na mídia do novo governo federal, passados praticamente cinco meses da sua posse.

A campanha que quebra o que já vinha sendo considerado por muitos como um tabu, criada pela Artplan, é em defesa da nova legislação previdenciária, que todos sabemos ser de vital importância para uma tentativa de equilíbrio das contas públicas.

Da mesma forma que aqui se criticou o governo Bolsonaro por ter dado a impressão, desde a posse, de ser refratário ao uso do instrumental publicitário brasileiro, considerado por experts internacionais como um dos melhores do planeta (os grandes festivais internacionais, como o próximo Cannes Lions em junho, têm destacado a criação e a qualidade de produção da comunicação publicitária brasileira, invariavelmente ocupando os primeiros lugares nas diversas categorias desses eventos, em disputa com concorrentes do chamado Primeiro Mundo, pertencentes às maiores economias mundiais), cabe-nos elogiar agora a utilização das mídias (analógicas e digitais).

Seguimos assim o exemplo dos nossos grandes concorrentes, que são os países de economia estável e avançada, e das grandes corporações multinacionais (para não mencionar as do próprio país), que se utilizam da propaganda cotidianamente, dela fazendo uma das principais e mais importantes ferramentas do seu marketing.

Há um outro fator, no caso brasileiro, que pode não ser entendido pelo governo Bolsonaro como de grande valia, mas que para os estudiosos do mercado tem tudo a ver com o sucesso ou fracasso de um governo. Referimo-nos à transmissão de otimismo e confiança que as campanhas de governo proporcionam aos targets para os quais são direcionadas, alcançando nesse caminho quase sempre a população em geral.

Já registramos aqui recentemente que uma das dificuldades desse novo governo em fazer crescer a sua popularidade residia exatamente na ausência de comunicação dos seus planos e obras, com ênfase nos projetos mais importantes para todo o país, como é o da reforma da Previdência.

Quando o dissemos, não foi pensando em proselitismo político, mas sim em ser reconhecido através da boa comunicação publicitária, como um governo realizador que cumprirá o seu mandato da melhor forma possível, ao vencer a batalha da comunicação.

Quer nos parecer que a grande maioria da nossa população não tem dúvidas sobre a honestidade de propósitos desse governo. Mas, exatamente devido à carência da sua comunicação, esse mesmo povo não tem sido devidamente informado sobre o que já foi feito até aqui e – o mais importante – o que ainda está por vir, se realmente os principais integrantes dessa nova gestão, começando pelo presidente da República, estão sendo sinceros ao falar sobre os seus propósitos.

A carreira não empresarial do presidente Bolsonaro, que se iniciou no Exército, dele saindo como capitão e abraçando a carreira política, elegendo-se deputado federal pelo Rio de Janeiro, mas sem ter obtido maior conhecimento do mercado até antes de ser lançado candidato à Presidência da República, não lhe proporcionou ser bem informado sobr e o valor da atividade publicitária.

Muito provavelmente, S.Exa. deixou-se impressionar por um ou outro ponto de corrupção devidamente noticiado pela mídia, que atingia verbas públicas e uma ou outra agência de publicidade que atendiam na ocasião alguns setores do governo. Nada comparável às grandes construtoras de obras públicas, como a Odebrecht, que abraçaram a corrupção como ferramenta relevante para o seu desenvolvimento.

Se de fato o presidente Jair Bolsonaro impressionou-se com o noticiário da época, envolvendo uma ou outra agência de propaganda sem grande expressão tanto nacional como internacionalmente, deve agora ter se convencido que esse mercado é mais sério e importante do que chegou a pensar.

Como chefe do governo de um país que ainda mantém o rótulo de oitava economia mundial, o presidente Bolsonaro – de cujos bons propósitos a grande maioria dos brasileiros ainda acredita – tem de admitir o valor da boa divulgação publicitária, entendendo que apenas o boca a boca, em um país de mais de duzentos milhões de habitantes e com as dimensões do nosso, não favorecerá as suas realizações.

 

***

 

A matéria de capa desta edição do PROPMARK endossa o legado deixado pela série veiculada pela rede internacional HBO, Game of Thrones, que na opinião de muitos deixa um valioso legado para o universo da comunicação.

Nosso editor-assistente, o jornalista Leonardo Araujo, observa que essa série, baseada na obra literária de George R.R. Martin, resulta em diversos aprendizados para o universo da comunicação.

Segundo ele, “a trama ganhou destaque com licenciamentos, gerou diversas ações de marketing de oportunidade, fez parcerias milionárias com diversas marcas e, o mais importante, criou uma legião de fãs de dar inveja a franquias cinematográficas como Star Wars e Senhor dos Anéis”.

Leonardo Araujo observa ainda que, apenas nos Estados Unidos, mais de 19 milhões de pessoas assistiram ao último episódio, contabilizando todas as plataformas da rede, incluindo GO, Now e linear.

O editor-assistente do PROPMARK lembra que “o número representa um recorde de audiência para o canal que integra o grupo AT&T Warner Media”.

 

***

 

Registro: 668 pessoas estiveram presentes à cerimônia de entrega dos troféus aos vencedores da 32ª edição do Marketing Best, a mais importante avaliação de cases de marketing do nosso país.

Foram 25 as marketing performances vencedoras, em um período muito difícil da história do mercado brasileiro, quando a palavra mais comentada pela população e reverberando na mídia era a sempre temível crise.

Um destaque especial dentre os muitos da noite da última terça-feira (21) foi a entrega do troféu na categoria Marketing Citizen, sendo declarada vencedora pelo júri da Academia Brasileira de Marketing a profissional Sandra Martinelli, com destaque para o trabalho de presidente-executiva que vem realizando na ABA (Associação Brasileira de Anunciantes).

Na sua fala de agradecimento, Sandra Martinelli relembrou sua carreira no mercado de agências, falou da sua vida familiar, dos seus pais presentes à cerimônia, fazendo questão de reafirmar seus agradecimentos ao corpo de jurados e aos dirigentes da ABA, representantes dos principais anunciantes do país, além de enaltecer a equipe de funcionários da entidade.

A festa de encerramento da 32ª versão do Marketing Best, idealizado por Madia de Souza, presidente da Academia Brasileira de Marketing, em parceria deste editorialista, foi encerrada com um show dos Titãs, contaminados pela alegria e otimismo do público presente no Tom Brasil, que os diversos públicos do marketing brasileiro já o apelidaram de casa do Marketing Best.

 

***

 

O jornalista Eleno Mendonça, voltado para o mercado publicitário na época da DPZ antes da fusão com a Taterka e aquisição de ambas pelo Grupo Publicis, informa que a agência BergToledo é a responsável pelos anúncios de lançamento da nova plataforma digital do Estadão dirigida ao mercado imobiliário, o site seuimovelestadao.

O publicitário Luiz Toledo, sócio e diretor de criação da BergToledo, destaca a expertise da sua agência nesse segmento econômico, lembrando que no ano passado ela foi vencedora do prêmio imobiliário Estadão Cannes, pelo job realizado para o cliente Fazenda da Grama.

 

***

 

Em reunião do comitê de organização do Fórum de Marketing Empresarial do Grupo Doria, foram definidas as datas e o local da 10ª edição do importante evento para setor do marketing brasileiro: 23 a 25 de agosto, no Sofitel Jequitimar Guarujá.

Armando Ferrentini é publisher e diretor-presidente do PROPMARK (aferrentini@editorareferencia.com.br).