As mudanças estruturais no Cannes Lions impactaram as receitas do evento e de sua controladora, a empresa britânica Ascential, que divulgou seu balanço financeiro alusivo ao primeiro semestre de 2018.
Com menos sub-categorias, preços menores para inscrições, e menor tempo de duração, além da abstenção do Publicis Groupe, que não inscreveu peças, o festival teve uma queda de faturamento de 9%, conseguindo com sua edição deste ano cerca de £ 57 milhões (US$ 75 milhões).
O principal choque foi no número de inscrições, que caiu 21%. O dado é importante porque essa linha de receita conta por 39% do total das receitas do Cannes Lions. Uma segunda receita tão importante quanto a primeira é de inscrições de delegados, que representam também 39% do faturamento. Houve queda também nesse aspecto, de 15,5%.
De positivo, Cannes viu um crescimento nas receitas de Parcerias e Digital, que representam 21% do volume total. O crescimento foi de 35%, guiado por receitas dos programas Creative Leadership, em parceria com grandes marcas e consultorias, além das iniciativas digitais como o Lions Digital Pass, que oferecia conteúdo para quem não estivesse fisicamente em Cannes. Esse tipo de iniciativa deve ganhar mais espaço nos próximos anos.
O festival também viu boas notícias no bom nível de participação nos novos Leões como Social&Influencer e Brand Experience & Activation, que contrapõem o declínio de Print e Outdoor. E também na ampliação das empresas participantes, incluindo anunciantes, empresas de tecnologia, startups e consultorias. Cannes aponta que a composição das receitas estão sendo menos impactadas pelas holdings de publicidade.
Nova liderança
A Ascential disse que a saída de Jose Papa Neto do cargo de CEO do festival, anunciada poucas semanas após a edição 2018, foi ocasionada pela redundância de cargos e que o CEO e Chairman da Ascential Events, Philip Thomas, passa a liderar o Cannes Lions em 2019. Ele ocupava o posto antes de Papa. Segundo a empresa, Papa teve “compromisso inabalável com o festival e forte liderança de negócios nesse período de mudanças do festival”.
A proprietária do Festival de Cannes, no geral, reportou um lucro operacional de US$ 38 milhões no primeiro semestre, menos que os US$ 42,3 milhões do ano passado. As receitas tiveram alta de 7% nesse mesmo período. Além do Festival de Cannes, a empresa gerencia negócios como Media Link, Warc, WGSN e o Money20/20.
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