Monteiro: monitoramento é o coração das redes sociaisQuando surgiu, em 2009, a Scup — empresa com plataforma de gestão e monitoramento de redes sociais — somava 30 clientes. Derivado de uma agência com foco nas novas mídias, o projeto cresceu 137% ao ano desde então, hoje totalizando mais de 400 clientes que incluem algumas das maiores agências do país, empresas do setor de serviços e finanças, telefonia e viagens, entre elas Bradesco, Itaú, TAM e Gol.

O crescimento rápido é atribuído à ausência de plataformas semelhantes no mercado brasileiro, cuja atenção dirigida às atividades desenvolvidas no universo online tem aumentado ano a ano. Cofundador da Scup, Diego Monteiro salienta que as grandes empresas respondem pela maior procura por um motivo simples: monitoramento envolve volume e elas, mais do que as pequenas, têm noção do impacto causado pelo meio, além, é claro, de um número imensamente maior de menções. Mas as pequenas e médias já estão no radar. “Está entre os nossos planos de 2013 o estudo desse mercado, que é enorme. Ainda não decidimos como atuar em relação a essas empresas menores, mas elas sem dúvida já se interessam pelas ações de seus clientes nas mídias sociais. Obviamente, têm muito menos para investir no setor e por isso necessitam de um projeto especial”, diz o executivo. Na Scup, os pacotes vão de R$ 500 a R$ 20 mil, variando de acordo com o total de itens e menções.

Com o desenvolvimento da plataforma, os sócios passaram a investir no marketing de conteúdo, mas Eliseu Barreira, community manager e head de comunicação e conteúdo da Scup, define o trabalho como tímido ainda, característica que reflete o panorama nacional. “Viramos referência de marketing de conteúdo no país, mesmo fazendo muito pouco comparado às companhias internacionais. Lá, empresas como a nossa têm estrutura de redação. O profissionalismo é de impressionar”, declara. Ele e Monteiro contam que a Scup chegou a abrir um escritório nos Estados Unidos, porém, a iniciativa foi considerada precoce e as operações, com exceção de um representante na Espanha, continuaram se concentrando no Brasil.

Além do conteúdo produzido para a clientela, a equipe disponibiliza, em seu blog oficial, materiais como análise de resultados, textos sobre engajamento, SAC 2.0, relacionamento e campanhas na web. A cada mês, um iBook é lançado. Monteiro e Barreira são consistentes ao afirmar que o monitoramento é o coração das redes sociais, a ferramenta que define o sucesso ou o fracasso de uma campanha e um aliado de peso no processo atual de fidelidade a uma marca. “Ainda há muito a se fazer, e isso fica cada vez mais claro. Nos Estados Unidos, por exemplo, já existem ferramentas que medem a audiência online para as empresas de televisão corriqueiramente. Também já existem provas concretas de que essa integração entre a TV e a internet gera ótimos resultados – basta olhar para todas as marcas que promoveram o engajamento via Superbowl, Twitter e Facebook com o uso de hashtags e divulgação de fanpages. O que vejo no Brasil ainda é um interesse muito maior em ‘bombar’, conseguir cada vez mais fãs, mas acredito que muito em breve essas atividades paralelas terão se tornado fundamentais – e isso seria o ideal em tempos de Copa do Mundo”, finaliza Barreira.