David Palfenier, ceo da Seara

Passando por mudanças em diversos aspectos, a Seara, empresa do Grupo Marfrig, vislumbra um horizonte muito mais amplo, que abrange sua imagem internacional. Sob comando do americano David Palfenier, a empresa vive uma troca de ativos com a Brazil Foods (BRF) há seis meses, recebendo 13 novas marcas da concorrente em troca de cessões em outras áreas por determinação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Com isso, passa a seguir uma proposta de aumento no valor agregado de seus produtos e de investimento em comunicação e marketing, no que o novo ceo considera como um “ciclo virtuoso”.

“Recebemos as novas marcas  e estamos verificando a força delas junto ao consumidor, que até agora tem se mostrado bem relevante. Os produtos tiveram um aumento em seus preços e, mesmo assim, os clientes continuam comprando”, disse Palfenier, que considera a Seara uma marca “subvalorizada”, fato este comprovado pela manutenção do consumo mesmo com os sucessivos aumentos de preço.

De acordo com o executivo, a companhia hoje tem seus produtos vendidos em 22 países e, além de um aumento no valor agregado — comercializando alimentos industrializados, processados e até pratos prontos em vez de apenas in natura —, quer ampliar ainda mais o alcance de sua marca globalmente. “Temos um potencial de crescimento internacional muito grande. Podemos seguir a mesma sequência de evolução que ocorreu com o Brasil”, diz Palfenier.

Para isso, a comunicação da Seara precisa de aportes generosos. “O investimento em comunicação vai aumentar, pois precisamos fazer jus ao argumento da marca para a nossa massa consumidora”, ressalta o executivo. E uma das plataformas escolhidas para receber este aporte é a do esporte, com o patrocínio à Copa do Mundo de 2014 e à seleção brasileira de futebol. “A energia será constante até a Copa. Todos estão olhando para o país. É muito curioso que o torcedor estrangeiro tenha a seleção brasileira como segunda paixão. É uma equipe muito aceita globalmente”, afirma. Ainda no futebol, a marca patrocina as equipes do Santos e do Criciúma.

Em resumo, David Palfenier crê que bons tempos virão para a companhia “Na época que ainda era Aceval, a Seara era a segunda maior empresa do Brasil e, por uma série de motivos — incluindo o momento econômico da época e a desvalorização do Real —, a marca ficou relegada a um segundo plano. A boa notícia é que estamos despertando de novo essa marca, que está se mostrando com muita resiliência, o que reforça a nossa intenção de investir nela. Será uma história bonita”, conclui.