Com tantos meios, recursos e plataformas, o profissional de mídia não pode reclamar de monotonia em seu dia a dia. Definitivamente a atividade não é para quem gosta de ficar aprisionado em uma zona de conforto. O que apaixona alguns profissionais é exatamente isso na opinião de Franciane Cravo, head de mídia da Bullet. “É dinâmico e desafiador ao mesmo tempo, não tem rotina, temos que estar atentos a tudo e nos atualizar diariamente. O legal da realidade atual é olhar para tudo como mídia, até que se prove o contrário. Claro que é importante ter um tato para lidar com isso, não exagerar, não ser over”, acredita. Confira na entrevista abaixo, as principais reflexões da profissional sobre o passado, o presente e o futuro da mídia:

Conexão

A tendência é o profissional estar conectado com todas as áreas, ser participativo desde o início do processo. Parece utópico, mas isso ainda não acontece em todas as agências. A palavra é conexão e isso faz e fará muita diferença nos resultados dos clientes.

Foco nas pessoas

Mais do que nunca é preciso estar a par da evolução tecnológica dos meios. Temos que ter a capacidade de identificar o target, seu comportamento e sua rotina. Não dá mais para dispersar investimento/esforço em campanhas mal segmentadas. O foco principal é nas pessoas e não produto.

Vasto cardápio

As oportunidades de mídia são infindáveis. Estratégias de conteúdo, internet das coisas, inteligência artificial, whatsapp, a visibilidade de grandes eventos, a necessidade por mais experiências do que aquisições – tudo isso interferiu na forma como nós, profissionais de mídia, enxergamos termos como ‘cobertura’, ‘frequência’, ‘engajamento’.

Transformações

Acho que os meios ao mesmo tempo que preenchem espaços diferentes na jornada, muitas vezes se misturam ao longo dia. Nos fazem questionar, por exemplo, o que de fato é a segunda tela, a TV ou o celular? Mas uma coisa importante de ressaltar aqui é que a mídia de massa cumpre um papel que nenhum outro meio cumpre: o papel de criar uma imagem compartilhada sobre determinado tema. Pode parecer um termo clichê, mas o aspecto ‘aspiracional’ das marcas só se constrói quando toda uma comunidade, ainda que nem todos que a compõem sejam target, reconhece o valor daquela empresa/produto/serviço.

Mídia e equipe criativa

Muitas vezes a mídia guia sim a criação. Ainda estamos em uma fase de transição em relação ao uso e papel dos meios e, por estarmos a frente destas decisões, geralmente os formatos inovadores chegam antes no departamento de mídia. Mas estamos chegando em uma era em que a capacidade das pessoas começa a se sobrepor aos processos. “People over Process”, dizem por aí. Portanto essa “ordem” não é uma regra.

Segmentação é o segredo

A definição dos pontos tem que partir do comportamento social, da rotina das pessoas. Aqui na Bullet, especificamente no núcleo de consultoria de comunicação, onde atendemos um perfil específico de clientes, atuamos como mentores do processo e conseguimos entregar soluções que vão desde estratégias de branded content até eventos. É nossa responsabilidade traçar diferentes possibilidades de jornada e escolher aquela mais assertiva. Por exemplo, um homem de 60 anos que perde o celular e inicia o processo para comprar um novo vai ser diferente de uma menina de 12 anos que terá seu primeiro celular. Por isso, o profissional de mídia precisa estar alinhado com tendências de comportamento de consumo mais do que nunca.

Fake news

Elas deram uma mexida importante no cenário digital. Isso obriga as agências a serem ainda mais assertivas na mensagem e na escolha dos momentos de contato. Não diria exatamente que as versões impressas ganham com isso, mas com certeza os grandes veículos, que ganharam credibilidade ao longo dos tempos, foram beneficiados com esta realidade.

Estruturas

Acho que o setor segue uma tendência de separar, no melhor dos sentidos, inteligência e execução. Cada vez mais se valoriza uma entrega estratégica, um conhecimento aprofundado e a capacidade de integração de meios, departamentos e ideias. Aos que estão do lado consultivo, é importante ter uma visão holística da comunicação. Caminhamos para um processo de terceirização que só melhora a entrega. Assim surgem empresas com soluções de tecnologia, big data, que cumprem um papel diferente das consultorias que precisam ser o hub de inteligência, que por sua vez cumprem um papel diferente de verticais execucionais que são experts em suas áreas de atuação, como agências de performance, redes sociais, CRM e etc.

Sobre PR

O profissional de mídia tem que estar com o radar sempre alerta podendo se apropriar sim dessas estratégias para maximizar todos os esforços do trabalho de RP, ou seja, precisamos caminhar juntos em um processo de construção e posicionamento de marca.

Social media

Por permitirem a segmentação que falamos, e por terem um custo relativamente baixo, as redes sociais ainda têm força nas estratégias de mídia. É importante olhar para elas como um canal de estratégia de conteúdo, e não um meio em que as pessoas consomem passivamente. Se o plano consegue estar em linha com o perfil de cada canal e com as dinâmicas de interação que são diferentes em cada um deles, as redes sociais podem ser importantes aliados na entrega da mensagem.