Ze Takahashi/FOTOSITE

A São Paulo Fashion Week (SPFW) apresentou, na manhã desta quarta-feira (15), o Projeto Estufa, uma novidade dentro da semana de moda criada para falar sobre inovação, tecnologia e projetos para o futuro, sempre com discussões ancoradas em princípios sustentáveis.

“Desde a sua criação, há 22 anos, a SPFW assume o compromisso de fomentar transformações que vão pautar o futuro. Sempre nos preocupamos em ir além das tendências, colocando em pauta assuntos como sustentabilidade”, disse Paulo Borges, criador do SPFW. “Todo o caminho percorrido inspirou a criação do Projeto Estufa”, acrescentou.

A iniciativa tem apresentação da C&A e apoio da Natura e Braskem, além de parceria do Sebrae e idealização do Instituto Nacional de Moda e Design (IN-MOD). Para o lançamento, está sendo realizada na Fundação Bienal de São Paulo – paralelamente à agenda da SPFW – uma série de palestras, talks e desfiles dentro do Projeto Estufa, até sexta-feira (17). Além disso, o projeto criou um selo de sustentabilidade que será utilizado para identificar as marcas que compartilham de seus conceitos e pilares dentro da programação da semana de moda – entre as marcas, estão Osklen, PatBo, Isabela Capeto, João Pimenta, LAB, Memo e La Garçonne.

“O evento projeta a moda além da roupa, trazendo novos olhares para toda a cadeia criativa e produtiva. É um espaço para aliar inovação, talentos, novas soluções e novas ideias”, comenta Graça Cabral, curadora do Projeto Estufa.

Comunicação

A palestra de abertura do Projeto Estufa trouxe para o centro das discussões a representatividade dentro da comunicação. Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, foi convidado para falar sobre diversidade e sugeriu que as marcas rompam com padrões, como o de gênero, se quiserem ter uma comunicação efetiva e próxima da realidade do consumidor.

“As empresas erram sua estratégia por achar que exceção é regra. Não entendem a diversidade do país”, diz. “Um Leão de Cannes não vale nada para quem mata um leão por dia para sobreviver”, reforça.

Para sustentar o argumento, Meirelles apresentou diferentes dados do Instituto Locomotiva, que desde seu lançamento, em 2016, realiza pesquisas para entender o novo consumidor. O executivo ressalta, por exemplo, que em cidades como São Paulo modelos tradicionais de família (pai, mães e filhos) agora dividem espaço com um perfil em ascenção, o de pessoas acima de 50 anos vivendo sozinhas e de forma independente – antes, morar sozinho era comum apenas à pessoas jovens e universitários.