Um dos desafios do Spotify é educar o mercado sobre as vantagens dos anúncios de áudio na plataforma de música por streaming. De acordo com Fábio Brunelli, head de vendas para a América Latina da marca, ainda há bastante dificuldade por parte dos anunciantes para entender o uso do formato. 

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“A diferença entre esse tipo de anúncio e o de rádio é que, dentro de uma plataforma de streaming, o usuário está logado e toda a interação dele com a plataforma é coletada. Eu coleto dados do comportamento de escuta e todo esse acúmulo pode ser usado para fazer a segmentação específica de acordo com os momentos. A gente consegue identificar momentos oportunos e relevantes para as marcas”, conta o executivo.

No fim de outubro, Brunelli falou sobre o assunto no Festival of Media Latam, em Miami, onde também concedeu entrevista ao PROPMARK. “Este festival é um evento muito importante para nós. Essa participação específica teve um espaço muito grande para a parte de áudio”, conta.
Outra vantagem, segundo o executivo, é que como o usuário precisa estar logado para ter acesso à plataforma é possível acompanhá-lo ao longo do dia, por meio dos diferentes dispositivos que usa. “Você não está preso a um dispositivo”.

Engana-se quem acha que a intenção do Spotify é tirar a verba que está na fatia do bolo que pertence ao rádio. “A gente não quer competir com o rádio. Queremos favorecer o anunciante quando o rádio é um canal de comunicação importante para ele”, afirma. O executivo conta que a intenção não é dizer: “tira sua verba do rádio e coloca aqui”, mas tentar entender a estratégia de áudio do anunciante e reforçá-la. “A gente consegue estender o alcance dessa campanha sem duplicidade. Isso foi comprovado por uma pesquisa feita no Brasil, México, Argentina e Chile”.

Um dos públicos que têm ótima aderência à publicidade de áudio no streaming é o formado pelas gerações Y e Z. “É um formato incrivelmente eficiente porque é a conversa um a um e a música tem o poder de transportar você a momentos e lugares da sua vida”, conta.

Uma das características do público da América Latina é não ter a cultura de pagar por conteúdo. O acesso livre, com inserção de comercial, é bem visto na região. “A publicidade não é o primeiro ponto que faz a pessoa sair do free para o premium. Eles querem pagar para fazer o download da música, escolher o que vão escutar, poder pular música. “Além disso, o free tem um papel importante porque é onde normalmente os usuários entram na plataforma”, comenta.