Vir ao SXSW é sempre estimulante e enriquecedor, assim como as coisas que nos movem e nos estimulam na vida. Talvez alguém já tenha feito essa analogia, mas voltar à essa reflexão pode ser uma boa forma de trazer novos pontos de vista e ir além. Estar aqui é acessar o pulso das ideias mundiais que tanto nos fascinam quanto nos assustam. De alguma forma se relacionar com o novo é um risco que parece capturar a todos que passam por aqui. 

O primeiro passo para curtir o festival é saber lidar com a ansiedade e a própria sede de conhecimento. Vir e não se planejar minimamente é contar apenas com a sorte para entrar na porta certa, assistir ao debate que mais te interessa e ainda conhecer pessoas interessantes. Por outro lado, achar que todo seu planejamento irá se realizar pode ser uma experiência para lá de frustrante.

O SXSW reforça o desafio que tem sido colocado para todos nós no dia a dia: é preciso escolher! Aqui sua curiosidade será alimentada por tecnologia, inovação, branding, saúde, comportamento, cultura e mais um monte de coisas bacanas que acontecem entre palestras, workshops e debates. Isso sem contar os longos e profundos papos entre as pessoas com as quais você escolhe compartilhar essa experiência. Essa é uma outra parte linda do festival: para absorver completamente essa multiplicidade de conteúdos e ir além é preciso trocar, se relacionar, compartilhar, condição inerente a qualquer indivíduo nos dias de hoje. Como na vida, o SXSW pede, em certos momentos, que você siga o flow e deixe se levar.

 Caso contrário, você acaba paralisado entre tantas possibilidades de conhecimento. O papo do corredor pode demorar mais tempo do que o previsto, quando se tem o prazer de conhecer Beth Caplan, Chief Strategy Officer da Rainforest Patnership, interessada no trabalho da Natura na Amazônia e na importância de levar o modelo de negócios que mantém a floresta em pé para o mundo.

E aí você acaba entrando em uma palestra da qual não esperava nada, mas que nos leva para a um lugar inesperado, como quando nos abrimos para o que não conhecemos ou não havíamos planejado. Assistir Alisa Vitti apresentando seu livro “Woman Code”, no qual ela hackeia os ciclos hormonais e nos ensina que há atividades e alimentos que devemos escolher dependendo da variação de hormônios que estamos vivendo, desmitificando programas de emagrecimento e condicionamento físico, foi um desses grandes momentos. Não há como não se surpreender, tudo aqui é apresentado por alguém que busca ir além, assim como você, que se aventurou neste mar de conhecimento. 

Afinal não é todo dia que temos a oportunidade de ver Elodie Mailliet, Senior Director of Content Strategy and Innovation do Getty Images, refletindo sobre qual será o impacto na mente de nossas crianças que usam as redes sociais como um espelho quando elas começarem a modificar suas imagens por meio de avatares. Ou então ser acolhida no painel “Exploring Innovation in AI”, no qual Daphne Koller, Chief Computing Officer da Calico Labs, pondera que ainda não conhecemos todo o potencial da Inteligência Humana, e por isso a Inteligência Artificial não pode ser vista como uma ameaça. No entanto, independentemente de quão otimista ou humanista você é, muita coisa irá mudar nossa relação com os robôs, garante a criadora do Kuri, o “robô companheiro, Kaijen Hsiao, em sua palestra “You, Me & a Robot Makes 3 – Tomorrow´s Modern Family”.

Mais uma vez o festival trouxe o tema da diversidade e da mulher com toda a força, nos lembrando que temos muito ainda que avançar como sociedade e que, sim, essa é uma responsabilidade de todos nós. Esse foi o convite feito não só pela filantropa Melinda Gates, como também por Bozoma Saint John, Chief Brand Officer do Uber. Este ano o impacto social também veio à tona, nos convidando a refletir e a agir em prol desse mundo melhor que tanto sonhamos.

Dentro deste cenário, a Natura veio plantar sua semente e deu um baita orgulho estar neste contexto mostrando algo tão relevante quanto o que fazemos a partir do nosso propósito. É por meio do Bem Estar Bem que buscamos estimular que cada um de nós acesse o seu potencial para poder viver a melhor relação consigo, com o outro e com o mundo, através de nossos produtos e de nossa rede de relações.

Para mim foi um privilégio colaborar nesta nossa primeira participação e receber os parabéns e os sorrisos daqueles que foram contagiados por nossa marca. Assim como todas as pessoas e empresas que estão aqui, viemos inspirar e sermos inspirados por essa incrível teia de relações que nos une, assim como a vida deve ser.

Carolina Soutello é gerente global da marca Natura