Com apenas um clique, interagimos e temos o mundo na palma da mão. Podemos curtir, compartilhar e expressar opiniões sobre os mais diversos assuntos e, em instantes, todos conhecem nossas preferências! Neste contexto, a influência digital em nossas vidas não chega a surpreender – exceto, talvez, pela rapidez com que a web tem transformado os veículos de comunicação tradicionais, como a televisão. Na busca pela representatividade de outrora e pela audiência que migra para o universo online, a TV, cada vez mais, encontra na internet temas e personagens relevantes para atrair a atenção.

Essa nova realidade que, de modo geral, tem alterado o jeito de fazer televisão, vem implementando não só uma mudança de patamar, mas de perspectiva a respeito do futuro da comunicação. Isso porque, a grande rede alcançou o status de segundo meio mais abrangente no Brasil – precedida apenas pela TV. E é improvável, hoje em dia, que esses dois veículos deixem de assimilar seus conteúdos, pois muito do que é criado para um é cocriado pelo outro. Na publicidade não é diferente.

Análises mais recentes apontam que cerca de 50% do mercado internacional já utiliza a plataforma digital em associação com a televisão. Essa junção tem permitido alcançar o público certo, no momento ideal, sobretudo por dar voz às minorias. Ao dialogar com a diversidade, as marcas mostram disposição em se aproximar de pessoas de origens, biotipos, escolaridade e classes sociais diferentes. E, quase que instantaneamente, essa comunicação mais verdadeira, pensada e elaborada para os dois canais, leva as pessoas a se identificarem com o conteúdo. Ou seja, a abordagem escolhida é que determina o engajamento ou não do consumidor nas ações publicitárias. Para obter ganhos significativos em termos de imagem – e de negócio –, as marcas devem se expressar de forma assertiva nos dois veículos, fazendo com que o público se identifique com os propósitos delas. Entender o que o cliente pensa, deseja e consome, inclusive nos meios de comunicação, é primordial para tal objetivo. Esse consumidor que prefere o online busca novidade e sabe utilizar muito bem a web para se fazer ouvir e para engajar as pessoas que pensam de forma semelhante à dele. 

Em outras palavras, as campanhas publicitárias devem acompanhar essa movimentação para ganhar buzz, sem dar brechas para a concorrência. É o caso da TV paga, que, diante do cenário econômico favorável de anos atrás, alavancou o número de assinantes com a oferta de combos com televisão, telefone e internet, chegando a quase 20 milhões de domicílios, segundo a ABTA (Associação Brasileira de TV por Assinatura). Hoje, porém, o momento econômico mudou e é necessário colocar em prática ações que despertem a empatia por um produto, causa ou tema para receber o engajamento almejado e converter isso em negócios. Estamos apenas no começo desse grande mercado de infinitas e novas possibilidades, mas tudo converge para um único caminho que passa, necessariamente, pelo meio digital.

Ao associar a televisão com o universo online, as marcas se aproximam de seus consumidores quase que em tempo real, geram mais buzz por meio da propaganda nos dois canais e desperdiçam menos verbas com ações que já não conversam com o público-alvo. Essa é a tendência do mercado, e esse caminho não tem mais volta.

Fabio Burg é fundador e CEO do Grupo Rái