José Cláudio Securato, presidente da Saint Paul – grupo de empresas voltadas para o conhecimento que inclui a Saint Paul Escola de Negócios, faculdade, editora e consultoria -, fala que educação disruptiva precisa combinar e refletir tecnologia, economia e o social para ter impacto verdadeiramente transformador. Nesta entrevista, ele conta sobre LIT, plataforma digital que apresenta o Paul, primeiro tutor do mundo com inteligência artificial IBM Watson para ensinar conteúdo de negócios aos alunos e personalizar o processo de aprendizagem. A marca foi criada pela Santa Clara. Veja a seguir os principais trechos da entrevista. 

Divulgação

 LIT

O grande desafio de desenvolver e lançar uma plataforma disruptiva no mercado brasileiro é o quanto o Brasil tem de credibilidade e capacidade de projetar projetos de inovação regionalmente (América Latina) e para o mundo. Se o LIT fosse lançado em Israel, por exemplo, a projeção global já seria outra. LIT quer dizer “aceso” (fogo aceso, do verbo light). O poder da aprendizagem é brutal e transformador. É como se uma chama se acendesse
em cada pessoa. Cada chama tem uma forma, intensidade e luz própria, da mesma forma que a aprendizagem impacta cada pessoa de forma única. O LIT definitivamente reposiciona a Saint Paul como uma escola inovadora, que dita as tendências de educação executiva disruptiva.

Aprendizagem

Dois conceitos estão por trás do crescimento da apredizagem a distância. Primeiro, a aprendizagem em micromomentos: aprender de forma orgânica, fluida e em pequenos espaços de tempo só é viável em plataformas online – uma modalidade do ensino a distância. Em segundo, a Heutagogia: conceito de aprendizagem que coloca o aluno como programador e gestor do próprio caminho de aprendizagem (o que você chamou de por conta própria). Tudo isso faz muito sentido na Andragogia – ciência que estuda o aprendizado adulto em contrapartida à pedagogia -, pois o adulto aprende aquilo que deseja, que faz sentido para ele e atende a algum propósito ou necessidade. O adulto entende que, por guiar a própria vida, também sabe o que seria melhor para seu aprendizado.

 IA

A IA vai mudar profundamente a educação em todos os segmentos. O que acredito – e o LIT já inicia esse processo – é que o uso de IA cria uma nova forma de aprender. Você pode ler um livro, assistir a uma aula presencialmente, assistir a um vídeo, fazer um estudo de caso em grupo e, agora, no LIT, você pode interagir com Paul para conversar e aprender. Outro ponto importante é a conexão entre a computação cognitiva (base da IA) e o processo de aprendizagem. A computação cognitiva tem duas diferenças marcantes: a compreensão de linguagem natural e o processamento de dados não estruturados. Com a linguagem natural, a IA capta a intenção que está por trás das palavras e não apenas as palavras. Em um buscador, ao digitar “imagens de animais menos de girafas” o resultado será imagens de girafas, porque a programação trabalha com as palavras e não as intenções. Já os dados não estruturados permitem que a máquina aprenda e não se atenha àquilo que foi inicialmente programada. Tudo isso se parece muito com o processo de aprendizagem. A pergunta de um aluno em uma sala de aula deve ter sua intenção decifrada pelo professor, bem como a construção do conhecimento pelo aluno ocorre por dados não estruturados.

 Modelo

Há décadas, o modelo do professor como protagonista e o aluno como espectador é questionado. Em 1920, a Harvard Business School inseriu o modelo de estudos de caso em seus programas de MBA, por exemplo. Esse modelo de aprendizagem com o professor como protagonista fez muito sentido depois da Revolução Industrial, em que era preciso abraçar a padronização para que mais pessoas pudessem estudar. Foi a primeira vez que a educação voltada para o trabalho era acessível a um grupo maior de pessoas. O avanço significava padronização e ampliação da educação. Hoje, o avanço é a personalização, o que não combina com o professor centralizando o processo de aprendizagem com as aulas expositivas, visto que cada pessoa é um ser único e com capacidades e formas de aprendizagens diferentes. Vejo o aluno no centro do processo de aprendizagem e o professor ao seu lado.

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