Mais do que simplesmente demonizar um meio ou endeusar outros, entender como cada mídia contribui para gerar resultado e impactar o consumidor é a chave para campanhas criativas. Essa é a opinião apresentada por Luiz Gini, diretor-geral de mídia e novos negócios da Neogama, durante o painel “Anúncios que transcendem”, nesta quinta-feira (19), em São Paulo, no 3º Print Summit.

Alê Oliveira

O executivo destacou o valor de todas as mídias e o papel da complementariedade dos meios. Mas também ressaltou que, pelo teor e natureza de algumas plataformas, é esperado que anunciantes se aproximem mais ou menos de determinados formatos. Em algumas categorias, como varejo eletrônico, supermercado, telecom, montadoras de automóveis e mercado imobiliário, por exemplo, o investimento publicitário no impresso representou 43% em 2016.

Reforçando o potencial do meio nessas categorias, Gini contou alguns cases da agência que, segundo o executivo, só fizeram sentido justamente pela essência do impresso. Ganhador de três Leões no Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions em 2017, a campanha “Teste da Pisada”, para Asics, representa a força de engajamento da plataforma.

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Usando tinta termo reagente, o anúncio publicado na contracapa das revistas Runner’s World e Women’s Health auxiliou os consumidores a descobrirem qual é seu tipo de pisada, e assim, poderem escolher o melhor calçado.

“A ideia nasceu de forma despretensiosa. O público feminino vem crescendo, é mais preocupado com a saúde, além de ter poder de influência nas famílias. A peça teve uma repercussão super importante. Tanto que a Netshoes fez um acordo com a Asics e vai distribuir o projeto para seus clientes. A partir de janeiro do ano que vem, o anúncio será reproduzido pela Asics em todo o mundo também. É um dos bons exemplos do que só pode ser feito na mídia impressa”, destacou Gini.

Outra campanha que reforça a relevância do impresso foi o case “Biography Playlist” para a plataforma de música por streaming TIM Music by Deezer. Contrariando a ideia de os jovens não consomem mídia impressa, a campanha só alcançou escala depois que foi veiculada em revistas como Rolling Stones, IstoÉ e Trip.

A ideia era motivar os usuários a ouvirem outros artistas. Pensando nisso, foram criadas playlists com o nome de seus cantores favoritos, só que com músicas de outros artistas, assim os consumidores encontrariam uma maior variedade de estilos musicais.

“A mídia impressa tem relevância no dia a dia. A gente vê como o digital interfere na nossa vida, mas a mídia impressa tem ações que só podem acontecer lá”, finalizou o executivo.

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