Em troca dos direitos de transmissão da Copa América e da Copa Libertadores, emissoras de TV como Globo, Fox Sports e Televisa teriam pago propina para cartolas. A acusação foi feita por Alejandro Burzaco, testemunha de acusação no julgamento do ex-presidente da CBF, José Maria Marin, nos Estados Unidos.

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Em reportagem exibida pela própria TV Globo, a emissora negou as acusações e declarou que não tolera propina e que investigações internas mostraram que nunca houve pagamento fora de contratos. Também por meio de nota, a Fox anunciou que a notícia sobre propina é “absolutamente falsa”.

As declarações de Burzaco foram dadas nesta quarta-feira (15). O executivo declarou que Globo, Televisa e sua empresa de marketing esportivo, Torneos y Competencias, teriam desembolsado US$ 15 milhões em propina a Julio Humberto Grondona, ex-chefe do futebol argentino, pelos direitos de transmissão e TV, rádio e internet da Copa do Mundo de 20126 e 2030.

O delator contou ainda de um possível encontro entre Marin, Marco Polo Del Nero, atual presidente da CBF, e integrantes da Fox Sports em Londres, em 2013. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, os cartolas teriam reclamado dos atrasos em propinas referentes à Libertadores da América e à Copa Sul Americana. Os valores seriam de US$ 2 milhões de US$ 3 milhões, relacionados a outras transmissões de campeonatos.

A Globo também foi citada em outra acusação. Segundo o delator, ele teria se encontrado, em 2014, no Rio de Janeiro, com Marcelo Campos Pinto, à época, responsável pela compra dos direitos de transmissão de eventos esportivos para a emissora. O motivo do encontro seria uma possível extensão da propina para a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) em troca dos direitos da Copa Sul-Americana e Libertadores.

Confira na íntegra nota oficial do grupo Globo e Fox.

Globo

O Grupo Globo afirma veementemente que não pratica nem tolera qualquer tipo de pagamento de propina. Esclarece que após mais de 2 anos de investigação não é parte dos processos que correm na justiça americana. Em suas amplas investigações internas, apurou que jamais realiou pagamentos que não previstos nos contratos. O grupo Globo se surpreende com o relato envolvendo o ex-diretor da Globo Marcelo Campos Pinto. A ser verdadeira a situação descrita, o grupo Globo deseja esclarecer que Marcelo Campos Pinto em apuração interna assegrou que jamais negociou ou pagou propina a quaisquer pessoas. O Grupo Globo se colocará plenamente à disposição das autoridades americanas para que tudo seja esclarecido. Para a Globo essa é uma questão de honra. Nosso princípios editoriais nem permitiram que fosse diferente, mas o grupo Globo considera fundamental garantir aos leitores, ouvintes e aos espectadores que o noticiário a respeito seja divulgado com a transparência que o jornalismo exige

Fox

Qualquer sugestão de que a Fox soubesse ou teria aprovado propina é absolutamente falsa. Fox Sports não detinha qualquer controle operacional sobre a entidade comandada por Burzaco. Esta era uma subsidiária da Fox Pan American Sports que, em 2008, na época do contrato em questão, tinha como controlador majoritário uma firma privada e, portanto estava sob sua gestão e controle operacional.