O segundo dia da 21° edição do Festival Mundial de Publicidade de Gramado trouxe como tema o painel “A diferença que vem das redes”. Participaram o humorista e jornalista Rafinha Bastos, o produtor do Canal Porta dos Fundos, Gustavo Chagas, o professor de pós-graduação e estudioso da cultura digital Gil Giardelli, e a mediação do CEO da SimpleAds, Anderson Bitolo.

Em sua apresentação, Giardeli falou sobre o futuro da comunicação e da inteligência artificial, que ele acredita ter virado a nova experiência de usuário. Para ele, as mídias sociais irão migrar para este computador social capaz de ler pensamentos e definir escolhas.

“Daqui a um tempo os sentidos como visão, olfato e paladar poderão ser replicados no meio digital. Existe uma cervejaria que desenvolve, a partir do DNA, uma cerveja ideal para cada tipo de pessoa. O mesmo acontece com dispositivos capazes de detectar as emoções e, por meio de informações cerebrais, identificar gostos e preferências pessoais”, explica.

Para Bastos, apesar de toda a tecnologia disponível, o conteúdo continua sendo o ‘grande barato da internet’, o que funciona bem pois a web é um lugar livre e criativo. Mas ele alertou para a irrelevância de alguns comentários nas redes, que querem apenas atacar.

“O ódio movimenta muito mais do que o amor. Se você riu de um vídeo, provavelmente vai mandar para os amigos, mas se você não gostou, logo inicia uma discussão devido ao sentimento de revolta. O ódio não pode guiar o trabalho e o profissional não pode ter medo de assumir uma posição.”

Já Chagas, produtor do Porta dos Fundos, comentou que as redes sociais servem como um portfólio para externar trabalhos com facilidade. Ele defende a necessidade de encontrar justificativa para os conteúdos e fazer com que as pessoas se identifiquem com eles. “Temos que pensar o que o conteúdo significa fora das redes e levar para a plataforma o que se busca mostrar.”

A conclusão do debate foi que o que direciona o universo da internet sempre será o conteúdo. “O mundo digital não tem mais volta e é livre, entretanto, é necessário apresentar conteúdos de qualidade e interesse público”, disse Bitolo.