Em 1997, a economia brasileira ainda se ambientava com o recente Plano Real, quando se viu sacudida por uma crise financeira no mercado asiático. O baque forçaria o governo a tomar decisões para conter a desvalorização da moeda, além de garantir estabilidades cambial e monetária ao país. Foi nesse cenário que surgia a IstoÉ Dinheiro, primeira publicação semanal brasileira voltada para o noticiário econômico.

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Passados 20 anos e uma infinidade de “sobes” e “desces” do mercado financeiro, como lembrou o diretor da publicação da editora Três, Carlos José Marques, em editorial da edição de aniversário, a publicação semanal agora se prepara para um novo momento. “Os hábitos de leitura dos brasileiros mudaram muito e, embora as edições impressas sejam ainda muito relevantes, nossos canais digitais passaram a alcançar uma audiência muito maior, conquistando leitores mais jovens e conectados no Brasil e no mundo”, destaca Milton Gamez, diretor de núcleo da Dinheiro.

Como resposta às transformações de consumo de informação, a revista passa a focar em novos projetos editoriais multiplataforma, aproximando-se, inclusive, de maneira mais estratégica dos anunciantes por meio da nova unidade de branded content, a Núcleo 3. O departamento é fruto de reformulação das áreas de marketing institucional e publicidade da editora e atuará em todos os títulos da casa, inclusive a Dinheiro, um dos carros-chefe.

A nova estrutura terá comando de Isabel Povineli e será mais direcionada ao desenvolvimento de projetos especiais. Na nova função, a executiva vai se reportar a Maurício Arbex, diretor nacional de publicidade. “Nossa maneira de fazer jornalismo de economia e negócios não mudou em sua essência, mas a forma de entregar nosso conteúdo exclusivo ganhou novas ferramentas. O mundo evoluiu, nós também”, ressalta Gamez.

Segundo o executivo, a reestruturação foi pensada para oferecer suporte e agilidade às marcas da Editora Três. A ideia é fortalecer as marcas e criar oportunidades para o mercado publicitário. “Para gerar negócios eficientes, sem perder o momento ideal de cada anunciante, é preciso ser ágil e inteligente. O novo plano de atuação dessas áreas foi finalizado no primeiro semestre deste ano e está em pleno funcionamento. Vamos conseguir mensurar os resultados já na metade deste último trimestre do ano”.

Pensando em ampliar os públicos da revista, combinando alcance e engajamento aos seus produtos, o título também tem estendido sua atuação em redes sociais, com parcerias de empresas e entidades que atuam no mercado, como a B3, antiga Bovespa. A ideia é se aproximar, sobretudo, das novas gerações e conquistar leitores mais jovens. “A Dinheiro já é uma marca muito forte entre os formadores de opinião e consumidores de renda mais alta e, para continuar relevante, precisa se comunicar mais com o público que só consome informação de forma digital.

Por isso, estamos investindo tempo de nossas equipes para produzir conteúdo em vídeo, formato que hoje tem grande apelo junto aos mais jovens”, conta Gamez.

Na TV Dinheiro, por exemplo, as transmissões são feitas ao vivo no Facebook e, em seguida, o conteúdo gravado é compartilhado no YouTube e nas redes sociais.

Outro case recente de associação de marca foi a websérie sobre governança corporativa criada para a Petrobras e veiculada em cinco semanas consecutivas nas plataformas digitais da IstoÉ Dinheiro. “Os valores das marcas anunciantes precisam ser projetados nesses conteúdos, criados para oferecer algo relevante ao leitor e, ao mesmo tempo, atingir o objetivo de comunicação das marcas”, diz o executivo. “Apesar das crises, dos solavancos, [a revista] segue sua trilha radiografando transformações e tendências com um olhar peculiar, analítico e cuidadoso sobre os fatos e os números”, finaliza o diretor de núcleo.