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O Projeto Sonhar, que  presta assistência social, jurídica e psicológica para famílias de baixa renda no Capão Redondo, em São Paulo, promove desde a última quarta-feira (6), uma ação inusitada para chamar atenção das pessoas para a instituição e a comunidade da zona sul paulistana.

Eles publicaram um anúncio nos jornais ingleses Metro e The Guardian convidando o enigmático artista de rua Banksy para pintar os muros da instituição. A ação conta ainda com peças de mídia exterior e deve ficar nas ruas da capital inglesa até o fim dessa semana.  

A peça mostra um dos muros do Sonhar com o aviso: “Banksy, tem uma parede aguardando por você no Brasil. Não é o Banksy? Então doe para o projeto”.

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“Sabemos que você ama pintar paredes ao redor do mundo. E sabemos que, às vezes, os donos dessas paredes não ficam tão felizes com todos os visitantes que passam para ver a sua obra. Eles não querem atenção. Mas essa é a questão: nós adoraríamos ter atenção. Nós precisamos dela”, diz um dos anúncios.

A inserção das peças nos jornais e na mídia OOH foi realizada em parceria com a agência britânica Talon e nenhuma delas foi cobrada.  

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“Estávamos conversando com amigos publicitários sobre que tipo de ação poderíamos fazer para promover o projeto. Queríamos algo que gerasse impacto e visibilidade para o Capão e surgiu essa ideia”, comenta Alex Sandro de Lima, coordenador do Projeto Sonhar.

“Veio o nome do Banksy e pensamos como poderíamos fazer um convite para que ele viesse ao Brasil. Nossos amigos publicitários entraram em contato com o Metro e o The Guardian e falaram que era possível veicular gratuitamente, mas somente quando os jornais tivessem espaço vago, coincidiu de ser na mesma época”, conta.

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As obras de Banksy, que ainda preserva sua identidade, são tão valiosas que as pessoas passaram a viajar pelo mundo para fotografar suas pinturas e, em alguns casos, até mesmo furtar pedaços dos muros com os grafites do artista inglês.

Em janeiro, um metalúrgico da cidade de Port Talbot, no Reino Unido, disse para a mídia local que não estava conseguindo lidar com a “responsabilidade de proteger” a parede da própria garagem, após ter sido grafitada por Banksy. Centenas de turistas passaram a visitar o local.

Até o momento, não se sabe se o artista foi impactado pela mensagem. “Pensamos na ação para o Projeto Sonhar, mas qualquer lugar do Capão que ele fizer vai ser interessante e enquanto ele não disser não, acreditamos que virá”, defende Alex.

O apelo já chegou ao artista brasileiro Kobra que, segundo Alex, afirmou que queria pensar em algo para colaborar com o projeto. “Procuramos o Banksy por causa da mídia, infelizmente no Brasil os artistas não são tão reconhecidos como deveriam. Gostaríamos muito que eles viessem, mas um grafite dos Gêmeos, por exemplo, talvez não tivesse a mesma repercussão que um do Bansky”, pondera.

Ainda de acordo com Alex, apesar de estar gerando mídia, a campanha não atraiu recursos e talvez não tenha desdobramentos. “Por enquanto não temos nada programado. O que temos é isso, os jornais já foram publicados e os outdoors ficam até essa semana. Vamos fazer uma avaliação pra entender os próximos passos e caso não tenhamos reposta em 60 dias, fazemos algo por aqui”, finaliza o coordenador do projeto.