Para garantir relevância em uma era marcada por formatos multiplataforma que colocam em xeque os modelos únicos, os publishers precisam dar atenção às novas formas de consumo de mídia. A recomendação é do executivo Frederic Kachar, presidente da Aner (Associação Nacional dos Editores de Revistas) e diretor geral de mídia impressa do Grupo Globo, na seção vespertina do Fórum “Reinvenção e relevância” que está sendo realizado na sede da ESPM, em São Paulo.

Kachar acrescenta: “A credibilidade dos meios impressos pode ser medida pela certificação da origem da informação que os usuário dos canais digitais procuram quando são expostos a uma informação. O que temos que buscar é velocidade e sinergia, tempo e exposições. Assim os meios impressos vão ter a relevância necessária”.

O executivo Eduardo Alvarenga, CEO da Elemídia, destacou que a eficácia de jornais e revistas no universo multimídia depende apenas da produção de conteúdo capaz de gerar engajamento. Atualmente com 20 milhões de pessoas com acesso às mensagens nas telas colocadas em elevadores de prédios comerciais, hotéis, shoppings e até residenciais, a empresa teve um aprendizado único quando esteve integrada ao Grupo Abril.

“Para chamarmos a atenção com mensagens de 120 caracteres, tínhamos que dar mais valor ao conteúdo. E a Abril tinha isso como premissa. A fonte da informação é essencial para o leitor. Quando cumprimos esse requisito, a venda de publicidade acontece naturalmente. Hoje temos índices de 96% de atenção e 97% que consideram útil o serviço. Conseguimos isso só depois da Abril. Quando a audiência vê relevância na informação, não ignora a publicidade”, enfatizou Alvarenga.

Outro ponto que o CEO da Elemídia destacou, é que as telas devem exibir nesse momento de espera forçada no elevador, conteúdos sobre medida para cada momento do dia. Pela manhã, nas suas palavras, deve diferir do da tarde. “Se estiver fazendo frio, a mensagem não pode ser igual a de um dia de calor. Para ter relevância, o conteúdo precisa ser apropriado porque organizamos os momentos do dia”, argumentou Alvarenga.

A Elemídia, porém, não tem a pretensão de ser a protagonista dos usuários de canais. “Somos o gatilho para outros meios. Abrimos o caminho para algo ser mais pesquisado em outras fontes. Iniciamos as conversas para uma busca mais apropriada. Somos a mídia do você sabia. Qual é o resultado desse comportamento? Uma precificação adequada e atenção dos anunciantes”, disse Alvarenga.

Alê Oliveira

Ernesto Bernardes, diretor de novas mídias do Grupo Estado, afirmou que branded content não acontece apenas no digital. Nós veículos impressos garante maior interesse pela publicidade. É no jornal O Estado de S.Paulo, vem fazendo projetos sob medida para cadernos como o Paladar. “É um erro pensar que o digital vai substituir o impresso. Vão ser complementares”, disse destacou Bernardes. Quem concorda é Juan Señor, diretor da Innvation e consultor do Grupo Globo. “O digital não pode ser ignorado, mas o impresso tem seu lugar”.