Após quase um ano desde a reestruturação que centralizou as transmissões esportivas nos canais TNT e Space e reposicionou o canal Esporte Interativo da TV paga para o digital, a Turner divulgou os primeiros resultados do movimento. Durante evento de lançamento do pacote comercial para a temporada 2019/2020 da Champions League, em São Paulo, Gilberto Corazza, vice-presidente de vendas publicitárias da Turner, avaliou como positivo o impacto dessas mudanças do ponto de vista de negócios.

“No dia 9 de agosto do ano passado comunicamos para o mercado essa grande mudança, que, talvez, em um primeiro momento, tenha parecido um movimento bastante ousado, disruptivo e com certo risco. Acompanhando as transformações do meio e um pouco do nosso perfil inquieto traçamos caminhos que pudessem favorecer também a audiência, nosso grande foco”, explicou o executivo ao PROPMARK.

Passada a primeira temporada das transmissões da Champions nos canais TNT e Space, a Turner contabilizou recorde histórico de audiência e manteve as 10 cotas de patrocínio que estavam disponíveis na edição passada. Segundo dados da Kantar Ibope Media, dos 41 jogos transmitidos pela Turner, em 38 a empresa foi líder de audiência, o que tranquilizou os anunciantes que apostaram no novo formato das transmissões fora do Esporte Interativo.

Detentora dos direitos de transmissão para TV paga e TV aberta da Champions League, a Turner teve crescimento de 68% na audiência domiciliar no comparativo com a temporada 2017/2018. “Quando fizemos a mudança, acompanhamos que gradativamente o mercado começou a olhar com bastante atenção para o nosso conteúdo. A gente passou a ter exclusividade da Champions League. Esse foi o grande mote da TNT, a transmissão exclusiva que não acontecia mais nem na Globo ou Bandeirantes. Contamos com a relevância de uma transmissão única”.

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O desempenho na TV linear, no entanto, não inviabilizou os investimentos no digital com as redes sociais do Esporte Interativo. O engajamento no Twitter, Facebook e Instagram da plataforma, aliás, foi uma forma de trazer o elemento transmídia cada vez mais exigido pelos anunciantes.  

“A gente renovou todas as cotas que tínhamos na temporada anterior, mesmo fazendo essa grande mudança com o Esporte Interativo. O mercado apostou muito. Mas com a certeza que as promessas iriam se concretizar. São 10 cotas: SportingBet, Heineken, Nissan, Santander, Pepsico (Lays), SEMP TCL, Claro, Gillette, Rider e Hotéis.com (…). A força da pay TV com a performance do digital é uma combinação matadora. E é isso que o mercado olha”, destacou o executivo.

Às vésperas de lançar o portal do Esporte Interativo, em agosto, onde serão concentradas notícias sobre as principais modalidades e torneios mundiais, Corazza ressalta que a Turner seguirá atenta a novas propriedades comerciais, mas ainda que não adquira outros campeonatos, os eventos de maior expressão serão destacados no novo site, como já acontece nas redes sociais da plataforma.

“Hoje (25/7) a gente está lançando oficialmente o projeto da Champions League que começa agora no final de julho e vai até julho de 2020. Ele é um dos principais propriedades de esporte do nosso negócio. Temos também os direitos do Campeonato Brasileiro  até 2023. Há um investimento grande para consolidar, oferecendo para a audiência uma outra forma de transmitir o campeonato que ficou tanto tempo com a hegemonia histórica de apenas um player nos últimos 30 anos. É um privilégio ter essa propriedade, perseguimos isso por muito tempo para poder oferecer uma alternativa com muita emoção, com sabor e pegada do Esporte Interativo”.

A Turner também tem os direitos da Uefa Nations League e das eliminatórias da Uefa. “A gente não tem os direitos da Copa do Mundo de futebol feminino, por exemplo, mas isso não impede que a gente divulgue muito conteúdo para a audiência”, finalizou Corazza.