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O protagonismo das TVs abertas continua em alta nos planejamentos de mídia dos principais anunciantes globais. Uma inserção no formato clássico de 30 segundos no Super Bowl, exibido pelas redes CBS, Fox e NBC com uma audiência recorde de 114 milhões de espectadores, exige um investimento de US$ 5 milhões. E há lista de espera para adquirir um lugar nos breaks. A transmissão da final da NFL (sigla da entidade que organiza a competição de futebol americano) é a principal atração das TVs norte-americanas, que precisam desembolsar US$ 1 bilhão para ter o direito do conteúdo por uma década. Recentemente, a TiVo Reasearch, em consórcio com a consultoria 84.51º, realizou uma pesquisa na qual as marcas que não contemplam o meio TV nas suas ações de publicidade têm perdas significativas de vendas nos pontos de venda.

O Brasil segue a tendência. Segundo a pesquisa do Kantar Ibope Media, que usa como métrica o valor bruto das tabelas de mais de 600 veículos, sem os descontos negociados, o share das TVs nas verbas de mídia chegou a 70%, ou 2/3 dos R$ 132 bilhões consolidados em 2015. A aferição do instituto mostra que 28% dos comerciais são reservados para programas jornalísticos; 21% têm foco nas novelas; 11% optam pelos programas de auditório e os campeões da preferência são Fausto Silva, Silvio Santos, Luciano Huck e, por exemplo, Rodrigo Faro. O volume de inserções em 2015 foi de 21,8 milhões.

“As TVs abertas são essenciais para os brasileiros, primeiro porque são uma fonte de entretenimento gratuito e de informação. Ela está presente nos eventos globais em tempo real. Acredito que os anunciantes conseguem uma importante conexão das suas marcas e serviços através das emissoras de sinal aberto”, explicou Ricardo Saad, acionista e integrante do conselho da Rede Bandeirantes. “Ela liga o Brasil”, resume Alexandre Raposo, vice-presidente da Rede TV!. “Que outro veículo oferece, ao mesmo tempo, a oportunidade de encantar, informar, vibrar e contribuir para a educação de tantas pessoas? Que outro meio de comunicação tem esse potencial de comunicação?”, pergunta Willy Haas, vice-presidente da Rede Globo.

O formato merchandising cresceu 9% durante o ano de 2015. Os programas de auditório têm uma concentração de 55%; eles são seguidos dos programas femininos e dos reality shows, ambos com 11%. Foram mais de 18 mil ações realizadas somente no ano passado. “Apesar do inegável avanço das mídias digitais, não existe comunicação de massa sem a TV aberta. É o meio que fala com todas as classes e gera impactos que garantem o retorno aos investimentos expressivos dos anunciantes”, atestou Daniel Slaviero, presidente da Abert (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão)”.