O ano que vem será difícil de prever: uma forma simpática de dizer que teremos um ano pesado para a economia brasileira e  para nossa propaganda.
Estamos no auge de uma crise e não conseguimos afirmar onde a razão começa na política ou na economia.
No mundo, convive-se com uma velocidade de transformações sem precedentes. Categorias surgem e desaparecem todos os dia.
As relações são reestabelecidas via o mundo digital, os anseios se tornaram mais particulares,  nunca o tailor made foi tão necessário, alterando completamente a lógica da economia de escala.  Vale também para a comunicação.  
Ontem a mensagem genérica atendia a um grupo grande que chamávamos de target. Hoje os targets se fragmentaram por uma infinidade de características. E, claro, fica mais complexo e mais caro produzir tantas diferentes mensagens.
O resultado mais tangível é que as participações nas categorias se aproximaram muito. Grandes shares tendem a rarear. Para nós, significa que construção de afinidades passa a ser tarefa  prioritária.
Cresce a importância das estratégias, das ideias, do conhecimento de cada mercado e dos consumidores.
Cresce a importância da sinergia das diferentes plataformas de comunicação.  Cresce a importância da qualidade na liderança do processo. Papel que pode e deve ser ocupado pelo que chamamos hoje de agência de propaganda e quem sabe que nome terá amanhã?
Precisamos de interlocutores mais preparados para esta liderança de processo, nas agências e nos clientes.

Glaucio Binder é presidente da Fenapro (Federação Nacional das Agências de Propaganda)