Alê Oliveira

Nesta terça-feira (6), a ESPM recebeu representantes de diversas entidades relacionadas à comunicação para a reunião do ForCom (Fórum Permanente da Indústria da Comunicação). No encontro, aspectos políticos e econômicos que impactaram o mercado brasileiro foram debatidos, além de apresentações sobre perspectivas para 2017.

Dalton Pastore, presidente do ForCom e novo presidente da ESPM, abriu a série de palestras e reforçou que o encontro é uma forma de “manter o mercado unido”.  Na sequência, o diretor da área de macroeconomia da LCA – Strategic Solution in Economics, Fernando Sampaio, alertou sobre as previsões econômicas para o próximo ano.

“Não tem muito o que inventar: a recuperação da crise é provável, mas deve ser lenta. Principalmente porque a estabilidade política ainda não existe. E do lado econômico, porque o consumidor se machucou muito nessa crise. A volta do consumo não vai ser como se espera, melhor nem raciocinar com essa possibilidade, pois ela é altamente improvável”, alerta.

Do ponto de vista da comunicação, as tendências para 2017 foram apresentadas por Luís Bonilauri, da Accenture, que desenvolveu estudo sobre a indústria midiática na era digital.

“Quando a gente olha a indústria global de radiodifusão ela cresce anualmente 6%. Quando a gente olha para as empresas digitais, elas têm expectativa de crescimento muito maior”, comenta Bonilauri.

O executivo apresentou, ainda, dados que mostram que em 2019 a participação do digital na receita publicitária deve ser de 47% no cenário global, o que impulsionará o crescimento do mercado como um todo. Na América Latina, por exemplo, a Accenture prevê 15% de crescimento do mercado até 2019, aumento que também será alavancado pelos players digitais.  

Para acompanhar esse movimento migratório e complementar entre as mídias, a Accenture destaca três tendências a serem observadas: o consumidor como ditador do conteúdo; a experiência digital mais completa, seja em razão de novos formatos ou aumento no tempo de exposição do público ao ambiente online, e a disrupção como nova norma.

Alê Oliveira

O encontro teve ainda apresentação do estudo “O Impacto da Publicidade na Economia”, desenvolvido pela Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade) em parceria com a Deloitte, que analisa o impacto da publicidade na economia brasileira. O resultado aponta que para cada R$ 1,00 investido em mídia, o retorno do anunciante chega a R$ 10,69. Como são investidos R$ 33,5 bilhões em publicidade, dados de 2014, no país, o estudo constata que o impacto no PIB (Produto Interno Bruto) é de R$ 358 bilhões.

“Nós vivíamos um momento em que a publicidade tinha perdido um pouco de sua relevância, de seu poder, e este trabalho traz de volta um pouco daquilo que a publicidade sempre representou para nós”, comenta Armando Strozenberg, presidente da Abap.

No encerramento, Pastore propôs que o ForCom seja realizado duas vezes ao ano a partir de 2017 e colocou a ESPM à disposição para sediar os encontros.