Durante o Cannes Lions Winners, realizado nesta segunda-feira (22) pelo PROPMARK em parceria com O Estado de S. Paulo, representante oficial do Festival Internacional de Criatividade, foram debatidos tendências, resultados, modelos e inovações da edição deste ano. Fizeram parte da segunda parte do fórum Igor Puga, VP de inovação da DM9DDB, Hugo Rodrigues, presidente da Publicis, e Domênico Massareto, diretor de inovação do Grupo TBWABrasil.

Alê Oliveira

Hugo Rodrigues foi jurado em Print & Publishing e falou sobre a disputa entre as grandes holdings no festival e a capacidade de repercussão de uma estratégia de marketing nas diferentes plataformas de mídia. “Como que em um ano difícil em vários mercados e não só no Brasil, temos 43 mil inscrições? Isso mostra a relevância do festival para o mundo. Além das marcas, as agências também se globalizaram. E que quando elas (as agências e suas redes) ganham prêmios sobem em um ranking ao qual muitos CMOs globais tendem a recorrer na hora de escolher suas agências”,  explicou Rodrigues.  

 

Ele disse que muitos do mercado afirmam que print não é importante. No entanto, a categoria foi que a trouxe mais pontos para o Brasil com as conquistas da AlmapBBDO. “Muitas vezes nos enganamos achando que estamos no centro das atenções, mas precisamos mudar nosso mindset para uma produtividade maior. Cada um está preocupado com o seu próprio Leão e temos que tentar mudar”.  

A categoria Print& Publishing tinha o McWhooper como grande candidato a GP e a campanha teve início com um anúncio em um jornal, de forma bem tradicional. “Hoje é fácil criar cases. A repercussão é imensa e, embora alguns jurados tenham questionado a sua simplicidade, o trabalho ganhou o GP da categoria, e também o de Media, o que prova o poder de uma grande ideia e a sua capacidade de propagação”. 

Alê Oliveira

Domênico Massareto, diretor de inovação do Grupo TBWABrasil, também participou do fórum. O executivo foi júri em Mobile e reforça que é preciso pensar em invenção e reinvenção. “Um case mobile de sucesso tem a tecnologia como um possibilitador e não como um empecilho. Com histórias que inspiram e ensinam, e algo globalmente escalável, sua ideia pode ser universal, mas pode ser local”.

Alê Oliveira

Jurado em Cyber Lions, Igor Puga falou sobre as especificidades dos Grands Prix e a complexidade dos processos de ser jurado no festival. “Cyber é a maior categoria em volume de trabalho e temos um júri mais heterogêneo em formações profissionais. Todas as situações normais que já existem, ficam maiores por conta disso. Percebemos que seria o não consenso e isso fez estabelecer dois processos para julgamento das categorias”.

Ele explica que foram criadas duas ‘réguas’ para julgamento: criatividade e a inovação. “Para a criatividade, foram quatro etapas: a convenção, a busca pelo diferente, a viabilização da ideia e o universo pré-estabelecido. O case que melhor se encaixou foi “Justino”, campanha das Loterias da Espanha. A campanha foi pensada toda para a internet, com um sistema de venda da loteria que é totalmente offline. Ele é um GP porque foi feito de forma possível e incrível, de forma inteligente”.

A segunda régua é a inovação. “Nela deveria ter o inédito, ideia patenteada, construir um legado e novas disciplinas externas. O mercado de comunicação precisa de humildade porque, para fazer projetos, é preciso ter ajuda externa, com gente que nunca lidamos na vida. Tem que ser inventor e empreendedor. O case que melhor ilustra essa régua é The Next Rembrandt”.  

Ele ainda finaliza. “Cyber não é algo que acontece dentro das telas. Estamos julgando a capacidade tecnologia com a analise de dados com dispositivos conectados. Criatividade é factual e inovação é perene. Isso é impacto e legado, respectivamente”.