“O que mexe com a libido das mulheres não é a beleza física, é a inteligência. Tanto assim que revista de homem nu só venda para gays”

 

Pedro Bial

 

 

Essa frase foi repetida a exaustão e originalmente era, “atrás de um homem de sucesso sempre tem uma mulher”.

E aí começaram as brincadeiras e a frase foi modificando-se, “atrás de um homem de fracasso tem sempre duas mulheres”, ou, aperfeiçoada para “atrás de um grande homem sempre existe uma grande mulher”.

Até mesmo o genial Groucho Marx arriscou sua versão, “Por trás de cada homem de sucesso há uma mulher e atrás dela está a esposa dele”, e por aí vai.

Há seis meses foi inaugurado na França um novo museu e que presta homenagem e preserva a obra do fashion designer, Yves Saint-Laurent.

E que impõe uma nova versão da velha e desgastada frase.

Muitas vezes, “atrás de um grande homem existe outro grande homem”.

E é o que registra a história do romance vivido pelo casal Yves Saint-Laurent e Pierre Bergé no correr de 50 anos.

Talvez o mais emblemático casal de celebridades a viver de forma ostensiva e pública uma relação homossexual na França.

No museu a presença da primeira coleção de Yves, aos 22 anos, 1962… quando Berger decide investir naquele que seria seu companheiro de vida, e que acabara de suceder a Christian Dior, falecido em 1957, e com quem tomou as mais importantes lições sobre a essência da moda.

Essa coleção de 1962 está presente no museu, assim como recordações marcantes de um momento da história do mundo e da cidade de Paris.

No mesmo local onde um dia entrou Catherine Deneuve, em 1967, para protagonizar um dos clássicos de Bunuel, A Bela da Tarde.

E por onde também passaram, vestiram-se e saíram exalando elegância, beleza e classe, Maria Callas, Jeanne Moreau, e dezenas de celebridades.

A oxigenação por que passa o mundo neste exato momento, com o reconhecimento de que o amor não necessariamente pressupõe de forma exclusiva a presença de pessoas de sexo diferente, deve muito à forma aberta e verdadeira que Bergé e Laurent conduziram sua relação.

Segundo Bergé: “Meu encontro com Yves foi extraordinário. Tudo o que eu não era e não tinha ele tinha e era. Muitos casais me escrevem dizendo que nós mudamos a vida deles, ao assumir o nosso amor. Fico tocado com isso”.

Mais um museu a ser visitado em sua próxima viagem a Paris.

Onde se encontra a obra de um gênio, e uma manifestação de amor libertária e redentora do ser humano, com todas as suas nuances, cores e diversidades.

 

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