As agências de publicidade são um exemplo inequívoco de que o capital humano é o grande diferencial de que elas dispõem. Uma boa ideia em publicidade dura e isso tem valor. Por isso, permanecer e crescer no ranking das melhores agências significa investir em pessoas. Uma sociedade baseada em tecnologia, como a atual precisa dispor de inteligência capaz de utilizar conhecimentos e produzir resultados. A informação é a base, mas são as pessoas que fazem a diferença.

Ao desfrutar de uma rede de conhecimento uma empresa precisa encarar o dilema de transformar possibilidades em certezas. O conhecimento é o capital indispensável, mas não é único é preciso que as pessoas nas organizações disponham, segundo o sociólogo francês Pierre Bourdieu de um capital cultural, que possa ser transformado em um capital econômico e esse por sua vez em capital social. É assim, as pessoas agem: estudam para desenvolver o capital cultural, que aplicado no trabalho pode resultar em um capital econômico e esse por seu turno permite uma ascensão social.

Da mesma maneira, agem as organizações objetivando a sobrevivência e o crescimento.  Investem em conhecimento para criar um capital cultural, que permita sobreviver e crescer em um ambiente competitivo. Mas essa equação simples, tem algumas variáveis indispensáveis ao bom desempenho.

Possuir know-how é o ponto de partida para se agregar valor a um negócio. E isso implica em dispor de uma equipe diferenciada, com capacidade transformar oportunidades em resultados. Ou seja, é preciso que a experiência seja capaz de produzir competências gerenciais competitivas.

Um gestor inovador normalmente é um devotado apaixonado que consegue transformar ideias pioneiras em resultados auspiciosos. Como agente de mudanças as ideias criativas, do inovador movem o moinho dos negócios de sucesso. A aplicação da inteligência nas organizações é o grande fator de diferenciação e competitividade.

Um cronograma básico: inteligência racional; quociente de inteligência; inteligência emocional e inteligência espiritual. Este último aspecto foi apresentado em 2004 por Dana Zohar e Ian Marshall que tem a ver com o significado de ser humano e ao propósito da vida.

As empresas não são apenas máquinas, processos e tecnologia, mas sobretudo pessoas, que possuem inteligência para processar conhecimentos de maneira racional e emocional transformando-os em competências para o desenvolvimento do seu trabalho. Mas há uma questão essencial que é a responsabilidade social da organização em relação ao meio ambiente e comunidade em que atua. 

E a isso tudo se agrega hoje a necessidade de valoração dos aspectos intangíveis da espiritualização que preserve os valores morais, éticos e existenciais. Afinal aonde estamos e para onde vamos? A busca de bens de salvação que incorpora nas pessoas a crença e a fé, é algo essencial, na preservação também das organizações, que além do lucro, passe a valorizar também o ser humano, parte indispensável para a produção e compra de seus produtos e serviços.

Dana Zohar escreveu que a inteligência espiritual “é uma terceira inteligência, que coloca nossos atos e experiências num contexto mais amplo de sentido e valor, tornando-os mais efetivos. Ter alto quociente espiritual (QS) implica ser capaz de usar o espiritual para ter uma vida mais rica e mais cheia de sentido, adequado senso de finalidade e direção pessoal. O QS aumenta nossos horizontes e nos torna mais criativos. É uma inteligência que nos impulsiona. É com ela que abordamos e solucionamos problemas de sentido e valor. O QE está ligado à necessidade humana de ter propósito na vida. É ele que usamos para desenvolver valores éticos e crenças que vão nortear nossas ações”.

Ela diz mais: “Os cientistas descobriram que temos um “Ponto de Deus” no cérebro, uma área nos lobos temporais que nos faz buscar um significado e valores para nossas vidas. É uma área ligada à experiência espiritual. Tudo que influencia a inteligência passa pelo cérebro e seus prolongamentos neurais. Um tipo de organização neural permite ao homem realizar um pensamento racional, lógico”.

 

*Escritor, autor de “Administração de marketing no Brasil” e ex-professor da Fundação Getúlio Vargas