Luiz Sales, falecido no dia 22, em São Paulo, aos 83 anos foi, ao lado do irmão Mauro Salles (o “l” a menos no nome de Luiz foi um erro do escrivão na hora do registro da certidão de nascimento) um dos nomes mais representativos da propaganda brasileira das últimas décadas. Desde o ano 2000, ele era sócio da consultoria SPGA, que fundou ao lado dos também publicitários Alex Periscinoto e Sérgio Guerreiro e do jornalista Walter Fontoura (falecido em julho). Desde então, a SPGA se destacou no ramo de seleção de agências, além de prestar serviços de counseling a presidentes de empresas como Vale, Santos Brasil, Votorantim, Basf e Bradesco, entre outras.

Luiz era formado em engenharia agronômica, mas desde jovem se interessou pela publicidade. Fundou ao lado do irmão em 1966 a Mauro Salles Publicidade, que incorporou a Inter-Americana em 1968, passando a se chamar Salles/Inter-Americana. Ele presidiu a agência por mais de duas décadas, quando ela era uma das primeiras do ranking brasileiro. Nesse período, foi presidente da Federação Nacional das Agências de Propaganda (Fenapro) e vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap).

No ano 2000, a família Salles concluiu a venda de 100% da agência para a DMB&B, do grupo multinacional BCom3, que em 2002 foi comprado pelo Publicis Groupe. Como consequência, no Brasil a Salles se fundiu com a Publicis Norton, dando origem ao que é hoje a Publicis Brasil.

Habilidoso em lidar com crises, Luiz Sales fundou, em 1995, a consultoria LMS para assessorar empresas e oferecer aconselhamento a lideranças envolvidas em decisões corporativas complexas, em projetos confidenciais ou em processos de mudança. Foi sua empresa que intermediou a fusão das cervejarias Brahma e Antarctica, no final dos anos 90, que deu origem à Ambev.

Durante sua carreira, foi vice-presidente do Conselho Deliberativo da ESPM, consultor da Febraban e do Bradesco, membro do Conselho Cultural da BR-Petrobrás e do Conselho do Pão de Açúcar, além de vice-presidente do Conselho da Fundação Bienal. Também atuou como diretor na TV Manchete.