Carlos Castelo, redator da Ogilvy Brasil e cronista da coluna Obladi Obladá, desta publicação, também se destaca como compositor nas horas vagas. Desde os tempos de estudante de comunicação, ele compõe músicas satíricas, com estilos que vão do rock ao samba, para o Língua de Trapo, conjunto que acaba de ser indicado ao Grammy Latino, concorrendo em três categorias: “Melhor Álbum do Ano”, “Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa” e “Melhor Arte de Capa”, por seu mais recente trabalho, “O Último CD da Terra”, lançado este ano. O resultado será conhecido apenas em 2017.

“Já concorri e ganhei premiações nos mais importantes festivais, como Cannes, Londres, Clio e CCSP. Mas estar na disputa por um Grammy é algo totalmente novo para mim”, diz Castelo.

O Último CD da Terra (selo Genesis/Arlequim) é o primeiro disco do Língua desde o “ao-vivo 21 Anos Na Estrada”, de 2001. O grupo foi formado há 36 anos por colegas que estudavam na Faculdade Cásper Líbero. Logo se tornou parte da chamada Vanguarda Paulista dos anos 1980, tendo como marca a irreverência em letras que conquistaram os jovens como “Xingu”, “Conceição”, “Os metaleiros também amam”, entre outros.

Castelo compõe o quarteto de compositores do Língua ao lado de Laert Sarrumor, Guca Domenico e Ayrton Muganini Jr. Os quatro tiveram o estilo de humor bem definido por Sérgio Gama, guitarrista do Língua desde 1982: “Laert Sarrumor é o engajado, o conscientizado; Castelo é o observador blasé, tomando seu chá ou seu uísque; Guca Domenico é o lírico, cultiva a beleza; e Ayrton Muganini Jr. vai pelo nonsense, o inusitado.” E Castelo, Guca e Mug, embora atuando principalmente nos bastidores, marcam presença em O Último CD da Terra com alguns vocais ou instrumentos.

O disco inclui ainda duas composições de um autor amigo do Língua: César Brunetti, recentemente falecido, que mereceu ter nada menos de duas obras suas, “O Pombo” e “Sinfonia Paulistana”.