Quando recebi o convite para escrever essa coluna, pensei “que bacana, será tranquilo falar sobre o que me inspira”.

No decorrer, percebi que não seria lá tão fácil, pois, assim como no processo criativo, as incertezas começaram a rondar o briefing.

Será que estou cumprindo a função de inspirar os leitores? Será que vão gostar?

Então decidi deixar a cobrança pessoal de lado e aproveitar o fim de semana fazendo as coisas que mais me dão prazer; ficar com a minha família e fazer exercícios físicos.

Brinquei muito com meu filho de dois anos e meio, fui a um aniversário com a minha mulher (importante reservar um tempo só nosso), almocei com a minha mãe e vi muitos esportes na TV.

Nos intervalos, me exercitei. Corri 10 km, nadei 3.000 m, pedalei outros 40 km e lutei boxe.
Sempre fui um grande amante dos esportes. Inclusive sou pós-graduado em mkt esportivo.
E aqui vale uma pequena estória.

Após fortes dores no peito e uma batelada de exames, ouvi do médico que minha saúde estava excelente e meu único problema era que eu estava muito acima do peso, sendo a “única” solução uma cirurgia bariátrica, pois “nunca” conseguiria perder o que precisaria por conta própria. Por volta de 50 kg.

Agradeci, saí do consultório e nunca mais voltei.

Do caminho liguei para minha mulher e disse que estava tudo excelente, mas que estava indo me matricular na academia.

Hoje, um ano depois e 46 kg a menos, me sinto mais disposto e mais inspirado do que nunca.
Retrato minha rotina de exercícios nos Stories do Instagram e muitos dos meus amigos se sentem motivados e inspirados pela minha força de vontade, mudando também suas rotinas e hábitos.
E sabe por que eu te contei tudo isso? Para dizer que minha maior fonte de inspiração são as “pessoas” e as suas “histórias”.

Com isso, estou novamente me desafiando. A viver de fato o momento, dando menos importância ao mundo virtual.

Nenhum like, view ou comentário podem ser mais importantes do que o agora.
Longe de ser hipócrita, ainda uso muito o celular, mas tenho feito um exercício diário e constante para diminuir o uso gradativamente.

E tudo começou quando minha mulher me chamou a atenção pois, sem perceber, estava perdendo momentos mágicos com meu filho enquanto a vida passava bem ali na minha frente.
Sim, você pode se inspirar em uma foto bonita, em um post/stories legal ou em um vídeo no grupo da família, mas a minha reflexão aqui é “Pessoas! Essas sim deveriam ser a nossa maior fonte de inspiração!”.

Afinal de contas, quando criamos uma campanha, produzimos um evento, desenvolvemos uma promoção, seja o que for, estamos falando de pessoas e nada é mais importante do que ouvi-las de verdade.

De “v-e-r-d-a-d-e!”
Por isso gostaria de terminar essa coluna propondo um desafio.

Tire o fone, desligue o celular e viva, saia com seus amigos, com sua namorada, com sua mulher ou com seu filho e viva um momento genuíno, sem celular.

Tenha absoluta certeza que sairá desse encontro muito mais inspirado pois dedicou 100% do seu tempo para o que está acontecendo ali, na sua frente.

E isso é a melhor sensação que podemos vivenciar nesses dias atuais.

E nunca, “nunca” deixe ninguém dizer que você não é capaz de algo, você só precisa de inspiração.
Se eu consegui você também “consigui” como diz minha maior fonte de amor, criatividade e inspiração, meu Antônio.

Beto Marques é head de criação de brand activation da Cheil Brasil