A frase “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades” costuma ser familiar aos fãs de super-heróis. Dita por Ben, tio de Peter Parker, o Homem-Aranha, ela poderia também ser aplicada ao profissional de mídia de hoje.

Na visão de Luis Padilha, VP de mídia da Isobar, o profissional da área vive em um ambiente mais dinâmico, relevante e estratégico. Tudo isso ocorre na esteira da digitalização e da proliferação de dados, que juntos ofertam uma matemática mais precisa dos retornos. “O profissional ganhou uma responsabilidade maior. Ele tinha um valor na agência e hoje tem um reconhecimento mais alto. É um momento de florescimento. Tem uma infinidade de formatos, turbinados pela entrada dos players digitais e em constante transformação”.

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Enquanto a TV encontrou o seu “Santo Graal” com o break, a internet e o mobile seguem nessa pesquisa. E é importante o mídia estar bem próximo desse movimento. Mas não sozinho. Assim como colegas no mercado, Padilha acredita na crescente proximidade da mídia com o restante da agência. “É mais dinâmico, têm coisas novas a toda hora. O criativo não consegue startar no trabalho na agência se não estiver com a mídia do lado, trocando ideias. Sempre que possível, busco ter as equipes juntas no briefing”.

Outro canal que precisa estar sempre aberto e em sintonia é o entre mídia e cliente. Com a transformação constante e veloz do trabalho, em ferramentas, formatos e contextos,
o anunciante precisa ter interesse em acompanhar. Para Padilha, sem essas parcerias o negócio não teria andado até aqui e tampouco seguiria firme pelos próximos anos. “Nunca vi a área de marketing dos clientes tão ativa. Há um interesse enorme em transformação, e eles são importantíssimos ao apoiar ideias. De forma geral, não há resistência. Os clientes estão com áreas altamente profissionalizadas, preparados para testar, querendo escutar e participar
desse momento”, diz.

De dentro para fora
Se da porta para fora as transformações têm sido rápidas e intensas, do lado de dentro também. O executivo avalia que o presente é de aprendizado coletivo e de crescimento, independentemente da idade. Aliás, esse é um critério que tende a perder força. “Entre uma pessoa que tem 50 anos de idade e uma de 25 há uma diferença de experiência, mas no digital é praticamente igual. As coisas estão sendo inventadas neste momento e quem quiser aprender vai aprender. É um momento excitante”, comenta. Nesse ponto de equipe e de visão para o mercado, ele vê vantagens na Isobar, que nasceu digital e tem isso como vocação. “Faz parte do dia a dia. É mais ou menos como uma criança de cinco anos que pega um iPad na mão. É instintivo”, completa.

Ele vê três tendências – dados, dados e dados – e avalia que este movimento ganhará
mais força. Por isso, quem dominar bem essa matéria terá uma oferta diferenciada no
mercado. “O mídia é o grande maestro dessa orquestra dos dados. Ele precisa ter inteligência para aplicar, tirar insumos e atuar nas recomendações para os clientes. Temos uma noção claríssima do retorno. E essa margem de dúvida vai diminuir mais”, defende.