10 tendências para o marketing de influência em 2020
A Squid, empresa especializada em marketing de influência, lançou essa semana um estudo que traz 10 novidades sobre o mercado para o ano de 2020.
“De maneira geral, o ano de 2019 foi repleto de discussões sobre o tema, que ganhou destaque em polêmicas como a ‘bolha da influência’, eventos e virou até tema de novela. É preciso estar atento e entender o quanto as práticas sociais vêm sofrendo transmutações, principalmente, a partir das relações humanas e tecnológicas”, explica Isabela Ventura, CEO da Squid.
Veja a lista completa das tendências apontadas:
1 – Jovens como impulsionadores de mudanças culturais
Um estudo da Viacom (Youth Culture: Power in Progress) mencionado na lista da Squid mostra como a nova geração de jovens acredita ter maior impacto na transformação da sociedade como um todo.
A pesquisa foi feita com pessoas entre 13 e 25 anos e revelou que 61% desses jovens se diz com mais habilidade de afetar de forma positiva o mundo se comparado com as gerações anteriores.
“O mais interessante são os temas que tiveram destaque quando eles foram perguntados sobre o que entendem como poder no futuro: 89% tecnologia; 78% influência social e 74% colaboração”, diz o estudo.
2 – Pessoas reais se conectam com histórias reais
A mesma pesquisa da Viacom citada acima mostrou que 62% dos jovens acreditam que o ambiente digital deu voz às pessoas para que elas pudessem engajar com outras que compartilhem dos mesmos valores. Não por acaso, grandes pautas que chegam hoje ao mainstream se espalharam e ganharam força no ambiente digital. Nesse novo contexto, representatividade é palavra de ordem.
Passamos de meros consumidores passivos para uma era onde as relações e trocas sociais se tornaram significativamente mais importantes.
3 – Identificação = propósito
engajamento = conversas
“Qual é o seu propósito como marca? Qual o benefício que a sua empresa vai, de fato, trazer pro mundo? Perguntas como essas tornam-se cruciais em um mundo cada vez mais polarizado, de consumidores exigentes e que buscam conexões verdadeiras”, questiona a Squid.
As diversas subculturas e comunidades encontraram no ambiente digital uma maneira de ganharem força e organizarem seu discurso. Assim, passaram a se unir em torno de causas que julgam importantes para a sociedade.
O novo desafio para as marcas passa a ser de se envolver de maneira legítima com esses discursos e participar dessas conversas para se aproximar de seu público.
4 – Muita informação. Pouco tempo
Nesse novo cenário, influenciadores surgem como elemento-chave de conexão real entre marcas e pessoas.
“Por entenderem a cultura da plataforma que estão inseridos e sua comunidade de fãs, conseguem criar conteúdos e histórias que verdadeiramente engajam seu público”, diz o estudo.
Hoje, mais do que nunca, o marketing é menos sobre promover marcas e sim sobre contar boas histórias e gerar conversas positivas.
Como disse Jon Thomas: “Nós não temos 30 segundos para sermos interrompidos, mas nós temos 30 minutos para ouvir ótimas histórias.”
5 – Nicho e comunidade valem seu peso em ouro!
Segundo o estudo da Squid, a indústria precisa entender que hoje não é só sobre audiência, é sobre falar com pessoas, fazer parte da conversa de uma comunidade e gerar valor ali.
O trabalho de desenvolvimento e construção de reputação de marcas está cada vez mais ligado a sua interação com diferentes comunidades e a sua habilidade de gerar conversas positivas. Esse contexto faz com que os criadores de conteúdo atuem como conectores culturais, que transformam mensagens de campanha em uma comunicação próxima e que verdadeiramente faça sentido para aquelas pessoas.
Muito mais do que reproduzir um texto de um roteiro, eles reinterpretam e criam novas narrativas que engaje pessoas em torno de uma história.
A internet é um ambiente horizontal, uma rede distribuída, descentralizada e colaborativa. Não existe mensagem de massa.
Como já foi dito, é um espaço construído muito por nichos e comunidades. Por isso, não se apegue SOMENTE aos números como: seguidores, likes, views. Essas métricas, conhecidas como “métricas da vaidade”, podem até fazer brilhar os olhos, porém não dizem tudo sobre a efetividade de uma campanha.
A qualidade da criatividade e a qualidade do ambiente em que as conversas acontecem deveriam ser muito mais importantes para os anunciantes.
6 – Tecnologia e dados: melhores amigos da criatividade
Ao mesmo tempo em que o digital nos permite um maior controle de dados, estamos constantemente sujeitos às transformações dos algoritmos e até mesmo da própria estrutura das plataformas. Veja o caso mais recente da omissão dos likes no Instagram, por exemplo.
Pesquisas recentes da Altimeter mostram que influenciadores digitais atingem uma taxa de engajamento 203% maior do que as marcas obtém em seus perfis próprios. Porém, como medir a qualidade disso tudo? É aí que a tecnologia entra em jogo.
Analisar a programação neurolinguística dos seguidores e até mesmo dos influenciadores, pode colaborar para metrificar a espontaneidade e qualidade de um comentário ou ainda uma reação nas redes sociais.
Essa tendência nos mostra que usar a inteligência artificial para aprimorar a gestão de campanhas, e também para analisar o comportamento dos usuários na internet, é cada vez mais relevante.
Os produtores de conteúdo influenciam diretamente no poder de decisão e de compra do público.
Por isso, usar a tecnologia para capacitar e melhorar esse processo, favorece ainda mais o engajamento dos influenciadores. Um levantamento da Shareablee revela que 48% dos entrevistados, entre 18 e 24 anos, compraram um produto após a recomendação do influencer.
O estudo da Squid ressalta: quando se trata de marketing e comunicação, nada substitui as relações humanas. A tecnologia pode colaborar para conectar informações de diferentes áreas de uma empresa e otimizar processos, porém, o olhar de um especialista na aferição desse dados e é fundamental na hora de elaborar estratégias que façam o melhor uso do esforço e criatividade dos influenciadores e das marcas.
7 – O Poder da Cocriação
O movimento em busca de conteúdos autênticos e criativos irá ditar esse novo momento da comunicação. Mais do nunca, as novas gerações buscam se conectar com histórias reais e não com histórias perfeitas.
Nada de discurso fantasioso ou campanhas montadas artificialmente.
Os consumidores formados pela Geração Z só vão comprar algo se sentirem que as marcas se importam e oferecem benefícios reais para a população em seus produtos ou serviços.
A geração que chega agora ao mercado de trabalho e consequentemente passa a ter poder de consumo também já ultrapassou o conceito de personalização.
Mais do que escolher a cor ou qualquer outro atributo de um item, esses novos consumidores querem contribuir com a criação do que irão comprar.
Marcas como Starbucks (que permite a criação de receitas personalizadas) ou a Nike (que oferece a possibilidade de clientes desenharem os tênis) – já entenderam o poder da cocriação e passaram a inserir o consumidor no processo de construção do produto.
8 – Better, faster, cheaper
Em um dos principais painéis deste ano do Web Summit, Martin Sorrell mencionou que com as ferramentas tecnológicas e com o aumento da competitividade do mercado temos que ser cada vez mais rápidos, melhores e otimizar os recursos disponíveis.
Como fazer isso? Bom, ele mesmo deu a resposta: é menos sobre uma grande ideia e mais sobre ideias menores, hipersegmentadas e conectadas ao contexto do canal em que são distribuídas.
“Ao fazer uma analogia com o nosso mercado, entendemos que os influenciadores digitais se encaixam perfeitamente nesse cenário. Veja bem, a evolução das redes sociais e a grande disponibilidade de ferramentas para produção de conteúdo online fez com que esses creators se tornassem ágeis empreendedores culturais. Por serem nativos desse ambiente digital, eles entenderam muito antes das empresas o efeito líquido do conteúdo”, diz o estudo da Squid.
9 – Stories sem fim
De acordo com uma pesquisa recente do Socialbakers, o Instagram Stories cresceu 21% desde março de 2018. O formato vem ganhando cada vez mais atenção com as várias atualizações que permitem aos usuários inserir filtros, stickers, pesquisas, quizzes, músicas e muitos outros recursos.
Os conteúdos em stories caíram na graça dos criadores de conteúdo, que encontram nesse tipo de conteúdo uma possibilidade de se relacionar de maneira mais pessoal e próxima com sua comunidade.
Isso cria um espaço de comunicação interessante não só para quem produz conteúdo ou quem consome, assim como para as marcas que desejam utilizar o formato na sua estratégia de marketing.
A característica informal dos stories fazem com que eles sejam uma ótima maneira de colocar um produto ou serviço dentro do contexto real de um consumidor.
Uma das fortalezas do formato é conseguir tangibilizar a aplicação do produto e serviço na rotina de quem está utilizando.
10 – Entretenimento e positividade
“Pode parecer redundante falar sobre redes sociais, criação de conteúdo e sua relação com entretenimento e positividade. Porém, quando olhamos para movimentos recentes das plataformas e influenciadores vemos que ainda há muito para ser discutido”, afirma o estudo.
Mudanças como o “sumiço dos likes”, que gerou polêmicas em torno da motivação do próprio Instagram são um bom ponto de partida para discutir temas como o da saúde mental e a positividade conteúdo.
Em uma pesquisa da Squid com cerca de 2.400 influenciadores, vimos que 78% dos entrevistados afirmaram que já se sentiram ansiosos por conta das redes sociais.
Esse número atinge 84% entre os jovens de 18 a 24 anos.
Muito mais do que o número de seguidores, o trabalho do criador de conteúdo envolve muita exposição e lidar com a expectativa e reação da audiência.
Quando falamos sobre performance, nossa pesquisa demonstra que 88% dos influenciadores admitem que se sentem ansiosos com o desempenho daquilo que publicam.
Novamente, o número cresce entre os mais jovens, chegando a 93% entre os influenciadores entre 18 e 24 anos.
Por isso, faz sentido que o mercado esteja cada vez mais olhando para o tema da saúde mental na internet.
Os novos creators vem sendo incentivados a buscar plataformas mais “estáveis” e menos dependentes de algoritmos, além de buscarem novas maneiras de medir seu valor e o impacto de seu conteúdo que não estejam atreladas apenas às já mencionadas métricas de vaidade.
Esse movimento vem sendo pautado inclusive em como creators impactam suas audiências, como essas pessoas se sentem após consumir os conteúdos e o que eles podem fazer para intervir positivamente nesse ambiente.