11:11 ganha conta full service de Francis após concorrência que durou dois meses

Processo envolveu quatro agências na disputa pela verba on e offline da marca de sabonetes da Flora, que pertence à J&F Investimentos

Após vencer concorrência que durou cerca de dois meses e teve a participação de quatro agências no processo, a 11:11 - The Challenger Company ganhou a conta full service de Francis, marca de sabonetes, desodorantes e perfumes da Flora, que pertence à J&F Investimentos, mesma holding controladora da JBS. A agência independente fundada em 2020 pelos criativos Marcelo Siqueira e Wilson Mateos será responsável pela comunicação do portfólio completo, on e offline, inclusive com compra de mídia.  

“Acreditamos que o fato de sermos uma ‘agência de dono’, focada em criatividade e estratégia, contou muito na escolha. Entendemos que gostaram de ser atendidos pelos tomadores de decisão, numa estrutura mais ágil e direta, se comparada às agências que estão num grande conglomerado”, disseram os sócios da agência, Marcelo Siqueira (co-CCO); Wilson Mateos (co-CCO) e Guilherme Grigol (COO).

Guilherme Grigol, Marcelo Siqueira e Wilson Mateos: “Trouxemos uma missão que é desafiar padrões, por isso challenger no nome” | Imagem: Alê Oliveira

Para eles, a conquista da conta representa a entrada da agência indie no segmento de autocuidado e beleza, e também no Grupo Flora e JBS. “Vemos  como uma oportunidade de fazer um trabalho diferenciado nessa categoria, atualmente influenciada por padrões estandardizados e clichês. Sem falar que atuaremos com uma marca tradicional na vida do consumidor brasileiro, que atravessa gerações, e por isso enxergamos grandes possibilidades de ‘movimentar’ a categoria com criatividade e inovação na comunicação”. A verba de mídia de Francis não foi revelada.

Atualmente, a 11:11 conta com 50 colaboradores e afirmam que, na medida em que conquistarem novos clientes, contratações serão necessárias. “Teremos novos profissionais (alguns 100% dedicados para este novo cliente) e também remanejamentos internos. Hoje, temos três núcleos de atendimento, liderados pela Raiza Scatena (diretora de operações e negócios), com similaridades no perfil das entregas  e dos clientes”, informam.

A agência prevê fechar 2025 com mais de 50% de crescimento em relação ao ano passado. “Podemos já dizer que vamos crescer mais de 50% em relação a 2024, não somente pela entrada de novas contas, mas pelo crescimento orgânico dentro dos clientes. Um exemplo é a Unilever, que já atendíamos a marca Knorr e ganhamos Mãe Terra e Maizena em 2025. Em termos de porcentagens, podemos dizer que estamos dobrando de tamanho a cada dois anos (já que estamos caminhando para o sexto ano)”. No primeiro semestre, a agência também coordenou o lançamento da primeira campanha de Quatá em 30 anos de marca, por exemplo.

Segundo os sócios, a 11:11 participa de três pitches neste fim de ano. Eles consideram o período aquecido. “Além dos projetos pontuais dentro dos clientes, para  este finzinho de ano teremos a campanha de anúncio de naming rights de um espaço importante da cidade, mas que ainda não podemos divulgar para não estragar a surpresa.”

O desafio agora é ganhar escala. “Outro ponto é  chamar a atenção das grandes marcas e grandes anunciantes para que passem a enxergar as agências indies como parceiros viáveis também – assim como já fazem com as agências ’de grife’ dos grandes conglomerados de comunicação.  Justamente esses clientes  que querem soluções inovadoras, mas se veem presos às agências tradicionais.”

Essência criativa

Siqueira e Mateos, criativos com passagens por agências como Fbiz, Havas, We, 180LA e Leo, afirmam que a criatividade é o DNA da 11:11 e faz parte do propósito. “Muito se fala em data, em canais, em preditividade, mas a gente traz a criatividade para o centro da discussão sempre. Todos na agência trabalham para o resultado ser o mais criativo possível, sem esquecer o objetivo do cliente, que, invariavelmente, é vender mais. Então, a ideia nasce na criação, mas só dá certo com o planejamento, o atendimento e a mídia focados em resultado. Estamos sempre perto dos nossos clientes querendo saber das vendas”, ressaltam.

“Em Habib’s, por exemplo, o próprio dono da empresa nos chama de pé-quente, pois desde que entramos as vendas aumentaram. Todos os filmes que colocamos no ar têm um pouco de ousadia e humor, reforçando o lado democrático e saboroso das esfihas. Gostamos também de falar da Copa Airlines, que está há 25 anos no Brasil, mas seu principal canal era o Facebook. Desde que lançamos o perfil no Instagram o canal só aumenta, e ainda trouxemos o Jorginho, do Beach Tennis, para ser embaixador da marca. Aliás, o post do canal dele com maior audiência, até hoje, é de Copa Airlines. Por essas e outras, nosso turnover de clientes é baixíssimo.”