5 exemplos de quando a tragédia vira propaganda
Benetton é apenas um dos exemplos
Recentemente, a marca Jendayi Cosméticos causou polêmica ao publicar um “ensaio-protesto” intitulado “Brumadinho Clama”. A falta de sensibilidade da marca resultou em críticas. A empresa tirou a campanha do ar e pediu desculpas. “Em nenhum momento tivemos a intenção de ofender”, disse em nota (veja aqui).
Porém, não foi a primeira vez que uma marca resolveu promover um produto pegando carona numa tragédia.
Relembre outros exemplos:
1 – WWF
Este é um dos casos mais famosos. Trata-se de uma campanha da WWF que compara o 11/9 ao Tsunami. À época, o filme e a peça causaram uma baita dor de cabeça para a DM9, agência responsável. Sergio Valente, então presidente da agência, precisou pedir desculpas publicamente (relembre aqui).
2 – Post-it
O post-it é perfeito para não esquecer compromissos, certo? Portanto, a Ogilvy indiana resolveu colar o produto em cima de uma foto de um campo de concentração com a frase: “Não esqueça”. Afinal, é preciso lembrar sempre do Holocausto e dos mais de seis milhões de judeus mortos. Criativo?
3 – Unimed
Falando em Holocausto, Hitler é figura recorrente nas campanhas publicitárias. No anúncio abaixo, por exemplo, a F/Nazca lembrou que, apesar de ser um dos maiores monstros do século XX, o ditador perdia para o cigarro quando o assunto era quem matava mais. A imagem, aliás, é formada por cigarros.
4 – Seguros
Em 24 de fevereiro de 1972, o Edifício Andraus foi palco de um incêndio que deixou 16 mortos e 330 feridos. A Federação Nacional das Empresas e o Instituto de Resseguros do Brasil acharam que o timing era bom para vender seguros. E da pior maneira possível.
5 – Benetton
Este exemplo divide opiniões até hoje. A campanha da Benetton, encabeçada pelo polêmico fotógrafo Oliviero Toscani, defendeu que a publicidade deveria fazer mais do que vender produtos. No anúncio abaixo, por exemplo, David Kirby, ativista LGBT que faleceu por complicações causadas pela Aids, é mostrado ao lado da família.
A peça foi veiculada no início dos anos 1990, período em que ainda havia muita desinformação e preconceito em relação à doença. A foto, aliás, traz outras curiosidades. Ela foi colorida artificialmente, pois Toscani queria algo mais real. O italiano também gostou da imagem, pois, para ele, lembrava uma pintura e o rapaz doente era semelhante a Jesus Cristo.
A Aids matou mais de 35 milhões de pessoas ao longo dos anos, mas a foto veiculada pela Benetton foi essencial para mostrar a doença para o mundo. E este é apenas um dos exemplos do trabalho polêmico do fotógrafo italiano, então diretor criativo da marca.