5G estreia no Brasil e mercado projeta publicidade interativa e com experiências
Segundo a Anatel, todas as capitais do país devem receber a 5G pura até 29 de setembro deste ano
A tecnologia de quinta geração, 5G, estreia oficialmente nesta quarta-feira (06) no país, começando por Brasília, que teve o funcionamento aprovado na segunda-feira (4) pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
O órgão prevê que todas as capitais do país devem receber a 5G pura - sem interferência de outras frequências - até 29 de setembro deste ano. No cronograma, Belo Horizonte, Porto Alegre e São Paulo são as primeiras da lista.
A tecnologia 5G pura pode alcançar uma velocidade de 10 a 20 Gigabit por segundo (Gbps), bem superior ao 4G, onde as redes mais potentes giram em torno de 45 Megabits por segundo (Mbps). A adoção oferecerá uma maior capacidade de integração para a “Internet das Coisas” e novas possibilidades de interação, conectividade e experiências, a partir do avanço em Inteligência Artificial (IA), machine learning, Realidade Aumentada e Virtual (AR e VR).
Para o mercado publicitário, a expectativa é de uma mudança de paradigmas. Em entrevista ao PROPMARK, às vésperas do leilão do 5G, em novembro do ano passado, profissionais compartilharam as suas expectativas.
Segundo Fabio Palma, chief technology officer (CTO) da Africa, o 5G vai "mudar tudo" por oferecer possibilidades infinitas de criação e interação ao mesmo tempo em que permite comunicação sem "fricções" com os consumidores.
"Campanhas interativas, com sistemas de inteligência artificial, estarão ao toque do celular – ou outros dispositivos – criando conteúdos muito mais ricos, interessantes e personalizados. Pensando mais longe, equipamentos inteligentes permitirão que as pessoas consumam mais conteúdo e interajam mais com as marcas enquanto as máquinas fazem o que antes era seu trabalho: de dirigir com carros autônomos a cozinhar com robôs conectados”, afirma.
Essa transformação demandará amadurecimento do mercado em diversas frentes, de acordo com Vicente Varela, chief data & media officer da Lew’Lara\TBWA. "Como produção de conteúdo, que se tornará mais democrático e escalável, principalmente em formatos ricos como vídeo e streaming". Para ele, com a captura de mais dados, aprendizados e especializações no uso dessas informações, as marcas poderão aprofundar o relacionamento com os consumidores, desenvolvendo campanhas "ainda mais contextuais e ricas”.
Para Luiz Telles, diretor nacional de storytelling e inovação da Artplan, o aumento do fluxo de informações vai levar a um contexto ainda "mais complexo e desafiador" na disputa pela atenção dos usuários.
"A publicidade vira conteúdo e o conteúdo vai se adaptar a tudo isso, buscando o entretenimento como forma de conectar as marcas de forma orgânica com a audiência. Conteúdo fragmentado, de altíssima qualidade, consistente, adaptável para a crescente diversidade de possibilidades de canais que seguem surgindo, mas sempre preocupado em contar uma história única", complementa.