“A CasaCor é democrática”, diz CEO da mostra de arquitetura e decoração
Prestes a encerrar a 36ª edição do evento em SP, que vai até este domingo (6) no Conjunto Nacional, André Secchin fala sobre os resultados
Na reta final da 36ª edição da CasaCor São Paulo, que termina no próximo dia 6 de agosto, o CEO da mostra de arquitetura e decoração, André Secchin, fala sobre os resultados de 2023, como a visitação de 115 mil pessoas no Conjunto Nacional, uma das apostas mais acertadas de sua gestão. Pelo segundo ano consecutivo, o evento, que pertence ao Grupo Abril, está sendo realizado no prédio localizado na Avenida Paulista, o que ajudou a trazer mais público e reforçar o conceito de que a CasaCor é uma plataforma para além do setor.
“O Conjunto Nacional é um espaço de conexão da cidade. E a CasaCor fala muito mais do que de arquitetura e decoração, trabalhamos também o lifestyle e outros territórios, como as artes e a inclusão, como um palco de conexões”, afirma Secchin. Neste ano, também houve aumento de 13% na participação das marcas. Nesta entrevista, o executivo também fala sobre sustentabilidade e outros temas.
Você entrou para comandar a CasaCor em plena pandemia, em 2020. Como foi esse desafio?
Eu já venho de um trabalho de reestruturação de empresas, de transformação corporativa, foi meio que minha praia. O desafio foi manter a estrutura ativa, a manutenção de que todo mundo estava valorizando o lar diante da pandemia. E a CasaCor, que sempre foi essa grande plataforma organizadora de mercado, entre arquitetos e empresas do setor, precisava fazer alguma coisa. Decidimos fazer uma mostra com formato híbrido em que pudemos levar para o público de São Paulo e mais nove cidades um formato alternativo chamado “Janelas CasaCor”, que teve como princípio mostrar ambientes ao ar livre e dar visibilidade nacional e internacional através dos nossos canais digitais. Com isso, conseguimos passar para o próximo ano, que teve um pouco mais de flexibilização, e saímos do Jockey Club de São Paulo, porque tínhamos a intenção de trazer mais conexão com a cidade. Nós sentíamos que muita gente deixava de visitar a CasaCor por causa da distância. O intuito de levar a mostra em 2021 para o Allianz Parque foi ficar mais próximo do público. Foi o primeiro evento de grandes proporções no Brasil, com oito semanas de visitação, permitindo que a visita fosse feita de forma paulatina e com agendamento. Desde o ano passado ampliamos para dez semanas de visitação.
Quais foram os aprendizados?
Um deles foi que a gente conheceu mais o nosso público. Passamos a perguntar o que ele era, arquiteto, designer, engenheiro ou um entusiasta do setor. Com isso, desenvolvemos um CRM e começamos a entender mais o público para que as comunicações fossem mais direcionais. A gente descobriu, por exemplo, que cerca de 50% do público é majoritariamente do setor, que engloba arquitetos, designers, paisagistas, engenheiros e fornecedores, como serralheiros e vidraceiros. E, ainda assim, a gente entendia que trazer a CasaCor para o centro da cidade poderia aumentar esse bolo. E aqui, no Conjunto Nacional, conseguimos fazer isso, pois é um espaço de conexão da cidade. E a CasaCor fala muito mais do que de arquitetura e decoração, trabalhamos também o lifestyle e outros territórios, como as artes, a inclusão, como um palco de conexões.
E como funciona isso?
Desde o ano passado, temos um bar, por exemplo, o Bar Caracol, que preza pela boa música, bons coquetéis e comida, e dialoga com o público mais jovem e diverso, e nos ajuda a trazer a mensagem de que a CasaCor é democrática, é acessível. Isso ficou mais evidente com o bar, um espaço em que não é obrigatório a compra de ingresso. Além disso, trouxemos mais operações gastronômicas, no ano passado tínhamos dois restaurantes e este ano temos três, o Badebec, o Myk e o Horta, do mesmo grupo do Myk, da Mariana Fonseca, que trabalha uma comida vegetariana e tem um pouco desse olhar que a gente dá para a edição este ano, do corpo e morada, da casa sendo a partir do meu corpo, e do corpo também expandindo para o entorno, cuidado com hábitos que se desenvolveram na pandemia, como nutrir uma horta e cultivar o próprio jardim em casa. Conseguimos trazer outros públicos com essas gentilezas, que no final aumentam a qualidade do evento.
Vocês tiveram aumento de público neste ano?
Ao comparar com a edição de 2021, tivemos 43% de crescimento. No ano passado, tivemos 115 mil visitantes. Em 2023, a estimativa é repetir esses números.
A CasaCor vai continuar no Conjunto Nacional em 2024?
A gente ainda não consegue afirmar no momento, estamos para decidir nas próximas semanas o endereço de 2024. Mas o engraçado é que 45% do público que visita a mostra vem de fora de São Paulo. E a gente tem chamado a atenção da Secretaria de Turismo porque o visitante vem, fica cerca de três horas na CasaCor, e, indiretamente, ele acaba ficando outros dias na cidade, contribuindo com turismo, rede hoteleira, transporte etc.
Leia a matéria completa na edição do propmark de 31 de julho de 2023