A chave do negócio
A propaganda continuará sendo a chave do negócio, seja lá a forma com que se apresente ao público intermediário e ao público em
geral.
Apesar de todas as dificuldades sofridas pelo mercado este ano, que apresentou mais dúvidas do que certezas, percebe-se uma grande esperança nos players, com destaque para as agências, nestes dois meses que nos restam para encerrar o exercício de 2020, um ano que ficará na história do planeta por muitos motivos, mas principalmente pelo surgimento e ação do coronavírus, cujos prejuízos, inclusive vidas humanas, estão muito longe de serem aferidos.
O importante, porém, é que a chave publicitária, que faz de cada dirigente e de cada profissional do setor um guerreiro que não abandona a sua trincheira, custe o que custar, prosseguiu em plena atividade, seja nas empresas, seja no sistema home office.
Quem procurou acompanhar como nós as diversas formas de meios que a inventividade humana tem criado (com destaque aqui no Brasil) pode verificar inclusive um detalhe da maior importância para essa atividade profissional: esforço inaudito para se criar o diferente, sempre com o cuidado de entender que estava lidando com as consequências de uma pandemia que produziu mortos e feridos por todos os cantos do planeta.
O que queremos dizer é que o trabalho publicitário apareceu mais nos meios, logo após o início da pandemia e até aqui, com uma característica que sempre nos faz destacar o esforço e a criatividade do brasileiro, quanto mais necessária ela for e em qualquer setor do trabalho humano.
Quem se deu conta de verificar diariamente nos principais meios o que estava presente em matéria de comunicação publicitária, não só em quantidade, mas principalmente em qualidade, deve estar se perguntando até hoje qual o tamanho e a capacidade criativa dos nossos publicitários em geral, que conseguem produzir trabalhos realmente memoráveis, em um período tão difícil como o que estamos atravessando (que realmente esteja no fim e sem segundo turno, ao menos neste continente).
Notem os leitores que até mesmo os concursos (premiações) publicitárias tradicionais já entraram em atividade de acordo com os seus calendários (o Colunistas, por exemplo, já está recebendo inscrições nas regionais de S. Paulo, Brasília e Norte/Nordeste), alguns deles até mesmo já premiando trabalhos vencedores, em obediência aos seus respectivos calendários.
Somos realmente um povo diferenciado nesse aspecto, que mais se esforça quanto maior a dificuldade, procurando principalmente enaltecer a sua capacidade criativa diante de terríveis desafios.
Reforçando o tema de abertura deste editorial, nossa Redação decidiu colocar como matéria de capa um assunto da maior importância, com texto da repórter Janaina Langsdorff, narrando as expectativas do varejo brasileiro, que espera a maior Black Friday de todos os tempos.
Nossa repórter relata dados animadores, como o crescimento esperado de 27% no comércio eletrônico, elevando o desempenho do ano para 38%, de acordo com os dados da Ebit Nielsen.
A Black Friday será realizada no próximo dia 27 deste mês, mas o Brasil parece estar às vésperas do evento desde março, quando a quarentena foi decretada devido à pandemia da Covid-19, instaurando a euforia das compras pela internet.
Com suas portas fechadas, o varejo físico viu seu faturamento migrar para o e-commerce, conforme texto da própria Janaina Langsdorff nesta edição.
Ela afirma que quem não tinha presença no ambiente digital viu-se obrigado a pensar em uma estratégia a toque de caixa para tentar sobreviver. E quem já tinha – prossegue a repórter – precisou se adaptar às novas necessidades dos consumidores, que passaram a buscar produtos que não eram adquiridos pelos meios eletrônicos.
Observe o leitor que apenas entre os dias 26 de agosto e 22 de setembro, o volume de buscas do Google superou a Black Friday de 2019 em 19 das 29 categorias verificadas. Segundo constatou Janaina no seu trabalho, móveis e decoração, TV, vídeo, telefonia e eletrodomésticos, alimentos e bebidas foram algumas delas.
Instigante para todos os que trabalham no mercado publicitário, sobretudo para nós, e escrevem sobre o mesmo, na tentativa de revelar inclusive seus segredos, a conquista da conta da Pirelli pela MullenLowe.
Ao dizermos instigante, trata-se simplesmente de um grande elogio às duas partes, tomando decisões tão importantes como essa, em um momento difícil do mercado, o que demonstra confiança e superação.
Assim seja.
Imperdível nesta edição a matéria com a Vibra, spin-off da Band, para acelerar os negócios digitais desse tradicional grupo de mídia, que sempre se destacou pela inovação e crescimento do seu poder de alcance dentro do nosso território.
A matéria com a Globo contém uma excelente notícia para todo o mercado, ao prometer reforçar a parceria comercial com agências e anunciantes em 2021.
O crescimento de algumas antigas concorrentes e a chegada da CNN não podem provocar senão isso: a Globo estreitar seus laços com importantes parceiros como agências e anunciantes, em 2021, além de outros que, embora menores na soma dos volumes, oferecem à tradicional emissora uma colaboração estratégica importante aos seus objetivos.