A era dos consumidores imediatistas
Em um mercado em constante transformação as marcas que conseguirem estar mais próximas dos consumidores e responderem seus anseios imediatos nos momento em que são procuradas, certamente, possuem mais chances de conquistá-los.
“Lidamos com frequência com o imediatismo e com a impaciência do consumidor. O canal de distribuição de moda tradicional que postava trimensalmente suas coleções já não funciona mais. Hoje a renovação é semanal, aliás, já existem mulheres que sabem quando o caminhão de entrega chega nas lojas. Atualmente, o ciclo de reposição chega a 10 dias, coisa que seria inviável no passado”, comenta Flávio Rocha, presidente da Riachuelo.
Flávio Rocha, presidente da Riachuelo
Segundo Eco Moliterno, CCO da Accenture Interactive na América Latina, se quisermos falar com o omniconsumidor temos que entender que todo ponto é hoje um ponto de venda. “O tradicional PDV precisa ser ressignificado, pois atualmente todo mundo tem um PDV no bolso. A letra P agora não é mais de ponto e, sim, de personalizar. Para acabar com essa volatilidade do consumidor precisamos entretê-lo e personalizar tudo o que for possível para atrair esse consumidor. Com relação a letra D é o digitalizar. As marcas precisam contar algo a mais do que já é visto nas lojas físicas e criar uma experiência diferenciada. É isso que vai atrair e prender o consumidor. E o V não tem que mudar, pois tem que vender. Mas agora é preciso potencializar o poder deste vendedor. Fornecer a ele mais dados dos consumidores para que eles possam oferecer as melhores informações e tendências. Então, o PDV significa personalizar, digitalizar e vender, mas tudo se resume na experiência que o consumidor vai ter”, revela.
Eco Moliterno, CCO da Accenture Interactive na América Latina
É um fato que o consumidor já não faz mais distinção entre loja física e digital, e para Cedric Burel, presidente da Decathlon, atualmente todos as pessoas são omniconsumidores. “Não conheço ninguém que não pesquise antes na internet os produtos que deseja adquirir. O consumidor pode realizar suas compras em qualquer lugar, pois ele tem tudo na palma da mão. Ou seja, ele possui a oportunidade de fazer suas compras em qualquer lugar, cidade ou país. Para criar mais engajamento e fidelidade com os consumidores precisamos realizar mais experiências e, na Decathlon, executamos em nossas lojas eventos esportivos, só em 2017 foram mais de 1.800, ponto de encontro com os esportistas e ainda fornecemos um portal de dicas. Alinhando tudo isso queremos nos tornar o parceiro ideal para o esporte do consumidor”, comenta.
Cedric Burel, presidente da Decathlon
Então, a experiência diferenciada do consumidor em diferentes plataformas é o que vai gerar uma maior conexão entre marcas e clientes. “As marcas que propiciarem as melhores experiências, contarem boas histórias e entregarem o que propõem vão estar mais próximas do público. O consumidor omnichannel está mais exigente e usará cada vez mais o online para chegar às lojas físicas”, finaliza, Raphael Daolio, Head of retail do Waze.
Raphael Daolio, Head of retail do Waze