“A impressão morreu? Não, está em reabilitação”

A impressão morreu? Esta é uma questão que tem sido pauta ao redor do marketing uma vez que vem ocorrendo um rápido crescimento dos investimentos em internet e nas mídias sociais. Enquanto muitas empresas migraram completamente seus esforços de publicidade para a web por sua eficácia, o potencial de exposição e conveniência da impressão ainda mantém a sua posição como um componente poderoso e necessário para uma campanha publicitária.

Esse foi um dos assuntos mais discutidos e comentados via Twitter, semana passada, durante os quatro dias do maior e mais importante evento de design gráfico do Canadá, o Design Thinkers 2013, realizado entre os dias 5 e 8 de novembro, em Toronto, e viabilizado pela RGD. O encontro reuniu grandes nomes do mercado internacional para discutir questões sobre o processo criativo e o design thinking como estratégia de negócio.

“Print isn’t dying, it’s in rehab. But it will continue to endure” (“O impresso não está morrendo, está em reabilitação. E continuará persistindo”), disse Dahril Crooks, da revista The Atlantic, durante sua palestra sobre “Print in the Digital Age” (O impresso na Era Digital). Crooks pontuou que o impresso transmite seriedade e credibilidade, pois é excelente para solidificar uma marca, por isso não se deve esquecê-lo totalmente.

Quando comecei a ler meus primeiros gibis, nem sequer existiam pixels. Quando eles começaram a surgir vieram em oito cores e pesavam nada menos que três quilos. Não me surpreende que tantas publicações, jornais e livros estejam migrando para tablets. Mas uma coisa é certa: o impresso não está morrendo.

“Se você é um designer (ou não), vai ser surpreendido ao saber que em muitas áreas do mundo a produção do impresso não está diminuindo, pelo contrário, em alguns casos está até mesmo crescendo”, disse Crooks. Embora os recursos online, para smartphones e tablets estejam tomando o lugar dos impressos, outros segmentos do mercado de impressão vêm crescendo com o surgimento de impressoras comerciais inteligentes que estão em constante evolução, em resposta às grandes tendências tecnológicas e comerciais.

Acho interessantes alguns números que foram compartilhados no evento:
– 45 trilhões de páginas são impressas anualmente em todo o mundo.
– Enquanto algumas pessoas se queixam de que a impressão tem um enorme impacto negativo ambiental, o envio e leitura de e-mails com spam consomem cerca de 33 bilhões de quilowatts-hora por ano.
– Desde 2004, as taxas de resposta de mala-direta cresceram 14%, enquanto as de e-mail marketing diminuíram 57%.
– Acredite ou não, 96% da leitura de notícias ainda são feitas através de mídia impressa.
– Uma pessoa usa em média duas vezes mais eletricidade para alimentar um único computador do que a energia utilizada na produção de todo o papel que ela usa em um ano.

Quando você pensa em “print”, o que vem à sua mente? Revistas, livros e jornais, provavelmente. Mas a impressão está em todos os lugares. Olhe ao seu redor: papel de parede, embalagens, rótulos, garrafas, cartões de crédito, banners, folders, displays, camisetas em silk-screen etc. Tudo print. Por isso, como designer, continuarei usando quantas mídias alternativas forem necessárias para alcançar meu target, e isso inclui o impresso. O balanço ideal entre print x digital assegura ao meu cliente um retorno financeiro estável, um aumento nas vendas e de novos consumidores.

Vida longa ao print.

*designer da Mood