A relação de Washington Olivetto com o Corinthians
Publicitário, que morreu neste domingo (13), foi o responsável por criar o slogan da Democracia Corinthiana
O futebol sempre esteve presente na vida de Washington Olivetto. Corintiano fanático, ele teria herdado a paixão pelo clube alvinegro do tio Armando, como lembrou o perfil oficial do Corinthians, nas redes sociais, neste domingo (13).
Paixão tamanha que o fez assumir o papel de vice-presidente de marketing, no começo dos anos 1980, quando o Brasil vivia a expectativa de uma reabertura política. Sua participação no clube moldou a relação entre marketing, futebol e temas sociais.
Democracia Corinthiana
Durante a ditadura militar os clubes eram usados para propaganda política, e o Corinthians resolveu se posicionar contra o regime. Olivetto criou um conselho de marketing e o slogan da chamada Democracia Corinthiana, um movimento político que conseguiu promover mudanças estruturais na administração do time, além de ter como bandeira o fim da ditadura no país.
Os jogadores entravam em campo carregando faixas dizendo “Ganhar ou perder, mas sempre com democracia”, que participavam diretamente das ações, votando na logomarca, nas mensagens das faixas e nos dizeres da camisa.
A proporção foi tão grande, que a ação foi propagada em diversos meios de comunicação, como rádio, TV e até mesmo shows. A cantora Rita Lee, por exemplo, demonstrou seu apoio usando a camisa da campanha nos shows, além da inclusão de um personagem jogador do Corinthians na novela 'Vereda Tropical', da TV Globo.
'Corinthians. É Preto no Branco'
Na literatura 'corintiana', Washington Olivetto escreveu dois livros. Em 'Corinthians X Outros', o publicitário convidou torcedores ilustres de outras equipes para serem treinadores de seus times.
Em partidas fictícias, então, a equipe alvinegra de Olivetto enfrentou o Santos de Fausto Silva, o Palmeiras de José Serra, o São Paulo de Ricardo Kotscho, o Fluminense de Jô Soares e o Flamengo de Jorge Ben Jor.
Já em 'Corinthians. É Preto no Branco', Olivetto tenta, junto com o jornalista Nirlando Beirão, explicar o Corinthians a um amigo americano. A obra, além de contar a história e resgatar momentos marcantes do clube, também analisa qual o diferencial do time, inclusive do ponto de vista como marca e sua relação com os torcedores.