“Os impactos na área de PR serão crescentes", diz Abracom
Assim como todos os setores da economia, as agências de relações públicas também tiveram que se adaptar rapidamente às mudanças dos negócios diante da crise com a epidemia do novo coronavírus. E por lidar com comunicação, o home office foi uma das primeiras medidas a serem tomadas e o aprendizado mostra que, depois, as agências vão entender que com as novas tecnologias é possível passar boa parte do atendimento aos clientes e de outras funções das agências para o teletrabalho.
A afirmação é de Carlos Carvalho, presidente-executivo da Abracom, que informa que no final da segunda semana de restrições, 92,2% das agências associadas já estavam com suas equipes trabalhando totalmente em home office. “Desde o começo da crise, monitoramos o movimento das agências nesse sentido, buscando também orientação jurídica para que as agências pudessem implantar o home office com rapidez e segurança. Enviamos modelo de termo de adesão dos funcionários e, através de pesquisa, levantamos a adesão no setor”, disse Carvalho.
Ele afirma que os impactos na área de PR serão crescentes. “A crise está começando e os impactos serão crescentes. Na pesquisa que concluímos no dia 27 de março, 17,2% das 64 agências que responderam informam que planejam cortes até o final de abril”.
Para o executivo, o teletrabalho deverá se transformar em uma realidade maior para as agências de PR, o que pode representar um enxugamento de custos do setor, com escritórios menores, mais baratos e profissionais que podem ter aumento de produtividade e de qualidade de vida, evitando longos deslocamentos.
“A tecnologia de que dispomos já está dando conta do recado nessa situação emergencial e será aliada dessa nova forma de encarar o trabalho, como já ressaltou o sociólogo italiano Domenico de Masi, em entrevista recente sobre o assunto”, destacou Carvalho.
Para apoiar as agências de PR nesse período de crise com o surto da Covid-19, a Abracom tem enviado papers com dicas sobre controle de custos, renegociação de contratos, gestão de pessoas, entre outras ações.
“Fizemos já duas transmissões ao vivo, uma com um consultor financeiro e outra com advogado trabalhista para auxiliar as empresas a navegar por esse ambiente turbulento. Além disso, estamos monitorando as decisões governamentais e buscando interpretações seguras para as tomadas de decisão dos gestores das agências. Abrimos esse trabalho também para empresas não associadas, pois é um momento de agir em favor de todo o mercado, para que ao final desse período de turbulência possamos nos fortalecer”, pontuou Carvalho.