ABA Rio quer participar mais das discussões nacionais
Eric Albanese, novo presidente da ABA Rio: ele já atuava na entidade há mais de um ano
Na semana passada foi empossado, como presidente do capítulo Rio de Janeiro da ABA (Associação Brasileira de Anunciantes), Eric Albanese, diretor de comunicação e marca da Oi.
Sergio Azevedo, que tem 31 anos de ABA (trabalhando pela entidade como um todo, inclusive na nacional) e 13 anos dedicados ao capítulo carioca – ele fundou e liderou a associação no Rio de Janeiro –, agora, passa a ser coordenador-geral da regional. A “passagem de bastão” para Albanese foi um convite de João Campos, presidente da entidade e presidente da divisão de alimentos da PepsiCo. Houve uma eleição por aclamação no último dia 8. “Eric já fazia parte da diretoria e certamente irá ajudar ainda mais no desenvolvimento da ABA”, disse Azevedo.
Na Oi, Albanese tem sob sua responsabilidade as áreas de marca, comunicação para o consumidor e insights, e foi responsável também pela área de trade marketing e eventos/patrocínios até a Copa do Mundo de 2014. Graduado em marketing e finanças pelo Babson College (EUA), ingressou no segmento telecom depois de trabalhar por dez anos na AmBev/InBev/Anheurser-Busch no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos, nas áreas de inovação, marketing e novos negócios.
Ele passou dez anos fora do Brasil e participou na mudança de cultura das empresas adquiridas na expansão da Ambev, e esteve à frente da internacionalização da marca Brahma e o turn-around da Stella Artois nos EUA.
Missão
À frente da ABA Rio, ele pretende fortalecer os três pilares da entidade: conteúdo, advocacy e aperfeiçoamento profissional. As áreas de aperfeiçoamento profissional e conteúdo foram, segundo ele, trabalhadas com bastante intensidade ao longo do tempo: no último ano, por exemplo, foram realizados pelo ex-presidente, Sergio Azevedo, cerca de 15 seminários e fóruns no Rio, com quorum médio de 200 pessoas por evento.
Envolvido com a entidade há cerca de um ano e meio, agora na presidência ele quer fortalecer o que a ABA considera a sua missão central, que vem a ser a “advocacy”, e que passa por três frentes: defesa de liberdade de comunicação social, representação, defesa e orientação dos anunciantes e diálogo permanente com a sociedade.
A ABA vem se envolvendo, por exemplo, nos debates em torno da publicidade dirigida ao público infantil, e em julho de 2014 manifestou-se em conjunto com outras sete entidades a favor do veto PL 99/2009, que proibia a venda casada de alimentos, lanches e ovos de páscoa acompanhados por brinquedos pelas redes de fast-food, lanchonete ou qualquer estabelecimento comercial.
Em agosto do ano passado, a ABA instaurou processo administrativo para investigar e punir condutas comerciais da Apro (Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais). Albanese gostaria de envolver mais o Rio de Janeiro nas discussões nacionais da entidade sobre temas de interesse geral dos anunciantes, como percentuais de remuneração e modelo de negócios de agências, a prática do BV, compliance, custos de produção, custo de TRP (target rating point). São temas em que ele, como anunciante, gostaria de entrar mais.
“É importante que a ABA Rio participe das discussões, em nome dos anunciantes importantes que representa. No cenário macroeconômico as questões de custos são as piores, e o modelo de agência não é sustentável como está. Sou parceiro da minha agência de publicidade, e estamos sempre conversando sobre isso. Não dá para ver o mundo mudar e continuar fazendo as coisas do mesmo jeito. Sei que o presidente nacional da ABA vem se posicionando em relação às questões que considero importantes, e isso me estimulou a aceitar o desafio de assumir a ABA Rio. É importante também para a Oi”, diz Albanese, que também gostaria de atrair mais anunciantes associados.
Cotidiano
O dia a dia da entidade ele pretende tocar em parceria com Azevedo e deve trabalhar com o mesmo grupo da diretoria eleita há cerca de um ano e meio. São dez profissionais: Alessandra Correa (gerente de mídia da Amil), Adriana Knackfuss (diretora IMC da Coca-Cola), Danielle Troccoli (gerente de publicidade e promoção da Dufry Duty Free), Flávia Flamínio (diretora da ESPM Rio), Gustavo Ferro (gerente setorial de publicidade da Petrobras), Leonardo Lima (superintendente de comunicação e marketing de produtos da Bradesco Seguros), Lívia Marquez (diretora de advertising e brand management da TIM), Márcio Victer (Queiroz Galvão), Paulo Costa (gerente de pesquisa da White Martins Gases Industriais) e Valeska Gadelha (gerente de planejamento e marketing da Souza Cruz).
O Rio de Janeiro representa o segundo maior mercado anunciante do Brasil, e embora a ABA não disponibilize a lista completa de empresas associadas em cada praça, Azevedo diz que o Rio de Janeiro representa cerca de 15% dos anunciantes associados, que ultrapassam 200 empresas.
Entre as principais, Amil, Coca-Cola, Furnas, Oi, Petrobras, Souza Cruz e TIM. Entre os 30 maiores anunciantes do Ibope Monitor, destacam-se Petrobras (em sétimo lugar em junho desse ano), Coca-Cola (16ª posição), L’Oréal (28ª) e TIM Brasil (29ª posição). “Podemos afirmar que pelo menos 65% do PIB publicitário nacional vem de empresas da ABA e 15% com certeza do Rio”, comenta Azevedo.
O foco está voltado para o Rio de Janeiro, que passa por grandes transformações para receber as Olimpíadas, evento de R$ 37 milhões e a participação de pelo menos 50 anunciantes. O projeto Olimpíadas teve uma configuração única. Grande parte do projeto Olímpico – 60% ou R$ 8 bilhões – vem de recursos privados, enquanto o poder público investe em obras mais essenciais de infraestrutura que interessam à cidade e são prioridade.