Abap prevê retomada do mercado publicitário no segundo semestre
Marques ressaltou que o discurso de retomada deu o tom da reunião que aconteceu nesta quinta-feira (28) em São Paulo. “É o momento de repensar os nossos valores. Sabemos da relevância da indústria da comunicação e de que ela é capaz de promover uma virada de mesa, incentivando o consumo e promovendo valores”, falou Marques.
Questionado sobre o desempenho do mercado neste primeiro semestre, Marques disse que não haverá crescimento, que o mercado “vai nivelar”, porém, afirmou que a expectativa é de retomada no segundo semestre. “A previsão é de uma retomada a partir de julho, agosto, com um crescimento de 5% a 6% no segundo semestre, fechando o ano com um crescimento de 2% a 3% em relação a 2014”, revelou Marques.
Além de uma campanha, que deve ficar para mais tarde, os principais objetivos da Abap no momento é organizar o discurso de “vamos repensar”, se aproximar mais dos veículos de comunicação e levar uma conversa mais animadora para os clientes.
Lideranças
Para Leifert, o momento é importante para as agências em relação ao cenário de mídia. “É um momento importante para as agências aconselharem seus clientes diante de tantas alternativas de mídia”. Leifert diz que o mercado vive uma ebulição, com grandes grupos de comunicação de olho no Brasil. Já Vergeiro avalia que o momento é muito difícil, mas reforça a expectativa da Abap de retomada no segundo semestre. “Não se previa esse momento político, que causa mais insegurança, com menos investimentos, o que trava toda a cadeia”. “Mas quem souber arrumar a casa na crise, vai sair na frente”.
A mesma opinião é compartilhada por Julio Anguita, sócio-diretor da Babel. “O momento é interessante na medida em que a economia nos leva a fazer esforços maiores para enfrentar a crise, provocando uma distinção entre as agências tradicionais e as inovadoras, que têm chance de dar um salto à frente. Crise sempre existiu”, disse Anguita.
Lava Jato
Sobre o envolvimento de agências e produtoras na Operação Lava Jato, com empresas como Borghi/Lowe, FCB Brasil, O2 Filmes, Conspiração, Academia de Filmes e Zulu sendo investigadas pela Polícia Federal por causa de esquemas de corrupção em contratos de publicidade com o governo federal, Leifert considera que isso prejudica o mercado. “A corrupção é sempre prejudicial ao ecossistema. É lamentável o que aconteceu, porque de algum modo o setor aparece associado a essas notícias. Todos devemos cuidar para que prevaleça a lei e a ética nos negócios”, falou Leifert.