ABC lança Brazilian Global Leaders
O chairman do Grupo ABC, o empresário e publicitário Nizan Guanaes, lançou na semana passada, em Nova York, o Brazilian Global Leaders (BGL), um grupo de lideranças empresariais e sociais formado com o objetivo de reforçar a presença e posicionamento do Brasil em grandes eventos internacionais. Além do próprio ABC, o BGL é composto pelas empresas JHSF, BI&P (Banco Indusval e Participações) e pela Graal Bio, empresa recém- lançada. “É uma iniciativa muito importante para o Brasil”, disse Guanaes, acrescentando: “Sempre que tenho ido a grandes fóruns mundiais, percebo uma presença do mundo e uma ausência do Brasil”. Ele afirmou que o BGL tem pela frente a missão institucional de “aumentar o conhecimento real do que é de fato este Brasil novo”.
A data e o local para o lançamento do BGL foram estrategicamente escolhidas para aproveitar o destaque internacional que o Brasil teve semana passada em Nova York. A presidente Dilma Roussef tornou-se a primeira mulher a fazer um discurso na abertura oficial da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Além do encontro da entidade, a cidade de Nova York também sediou um encontro da ONG Brazil Foundation, que reuniu dezenas de empresários brasileiros e norte-americanos, e o Encontro Anual da Clinton Global Initiative, projeto de ações sociais coordenado pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton.
O Brazilian Global Leaders foi um dos patrocinadores do encontro da CGI que reuniu, durante três dias, mais de 1,2 mil participantes de centenas de países, incluindo cerca de 50 chefes de Estado, entre eles, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, 500 lideranças empresariais e 450 líderes de ONGs e outras organizações filantrópicas. O lançamento da BGL, no último dia 20, contou com a presença de Bill Clinton e de Guido Mantega, ministro da Fazenda do governo Dilma, além de empresários brasileiros e norte-americanos.
A expectativa de Guanaes é a de atrair novos participantes nos próximos meses para que o BGL tenha maior representatividade já para o próximo Fórum Econômico Mundial, que será realizado entre 25 e 29 de janeiro de 2012, em Davos, na Suíça. O encontro irá discutir os desafios econômicos e sociais diante de uma população mundial que alcançará o total de sete bilhões de pessoas, em 2013, interconectada através de uma comunicação tecnológica sem precedentes na história da humanidade.
Sem estereótipos
Guanaes ressaltou que entre os objetivos do Brazilian Global Leaders está o desenvolvimento de uma estratégia de mostrar o Brasil “sem estereótipos”. “Temos de mostrar que somos um mercado de enormes oportunidades, mas temos de fazer isso de forma concreta e sem fugir dos debates de questões que ainda nos desafiam como educação, juros ou segurança, mas mostrando nossos avanços, nossas vantagens competitivas e nossas imensas potencialidades”.
Guanaes afirmou ainda que o BGL foi inspirado em movimentos como o “Incredible India”, que vem fortalecendo a imagem do mercado indiano no cenário internacional. “É uma iniciativa que vai contribuir muito para consolidar a imagem, a liderança e a percepção dos empresários brasileiros e do Brasil no mundo”, avaliou.
Contra as injustiças
Depois de ter assumido, em 2009, um compromisso de trabalho para combater a exploração sexual infantil, o Grupo ABC assumiu outra tarefa social neste ano durante a realização do encontro anual da CGI (Clinton Global Initiative). Será um dos patrocinadores da Women in the World Foundation, organização lançada semana passada. A Rockfeller Foundation e a Ford Foundation também são patrocinadores.
A Women in the World Foundation é um projeto que surgiu no ano passado como um encontro anual para debater o avanço social das mulheres. A fundação terá o objetivo de ajudar ONGs no mundo inteiro a desenvolver projetos nas áreas de saúde, educação e justiça para mulheres de todas as idades.
O trabalho do ABC contra a exploração sexual infantil está sendo realizado no momento com uma ampla pesquisa mundial desenvolvida como o projeto “Together for Girls”. A pesquisa tem o objetivo de mapear o índice de violência sexual e suas consequências sociais. De acordo com informações divulgadas pelo projeto, crianças e adolescentes que sofrem violência sexual têm um risco significativamente maior de depressão, síndrome de pânico, suicídio, gravidez indesejada, aborto e de contrair doenças sexualmente transmissíveis.
por Marcello Queiroz, de Nova York